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Seneme é candidato a ser o 'dono do apito' no futebol brasileiro

Aos 41 anos, árbitro paulista tem sido a estrela dos jogos internacional na América do Sul

Por Daniel Batista
Atualização:

SÃO PAULO - Se a participação em jogos importantes fora do País é o maior termômetro para a Copa de 2014, o paulista Wilson Seneme saiu à frente na briga para ser o substituto de Carlos Eugênio Simon. Nesta temporada, o paulista de 41 anos foi um dos principais representantes da arbitragem brasileira na América do Sul, apitando no Mundial Sub-20, nas quartas de final da Libertadores e na decisão da Copa Sul-Americana – outro paulista, Sálvio Spínola, foi escolhido para apitar a final da Copa América na Argentina, mas anunciou a aposentadoria pouco depois. Seneme admite que se empolga com a chance de representar o País na Copa de 2014, mas nega que exista a possibilidade de apenas um árbitro assumir o posto de número 1 no futebol brasileiro. Para ele, após nomes como Armando Marques, Arnaldo Cézar Coelho e Romualdo Arppi Filho, Simon foi o último “dono do apito” na arbitragem nacional.Como avalia sua participação em jogos internacionais em 2011?Foi a melhor temporada da minha carreira até aqui. Pude mostrar meu trabalho em muitos jogos importantes. Em termos profissionais, foi um ano excelente para mim.Você foi escolhido pela Fifa para um curso preparatório, em janeiro. Acha que está à frente para representar o País em 2014? Não tem como negar, estar entre os três escolhidos pela Fifa mostra isso. Se faço parte dessa lista, vou fazer de tudo para me manter. É, sim, o primeiro passo para ir ao Mundial em 2014.O árbitro mais qualificado é aquele que participa de mais decisões e jogos importantes?Não vai existir mais apenas um, porque tem se modificado a arbitragem no País. Temos visto os mais jovens apitando clássicos decisivos. Talvez o Simon tenha sido a última grande referência da arbitragem no País. Hoje há divisão maior de responsabilidade, não se joga a carga total sobre um ou dois principais.

Acha possível surgir um juiz que, como Armando Marques e Arnaldo Cézar fizeram em outras décadas, represente esta geração?Sinceramente, não acho legal que o árbitro se torne famoso. Ele está ali no campo apenas para fazer o papel dele. Quem tem de estar em evidência ali são os jogadores. Onde antes havia 10 ou 15, hoje existem 40 árbitros. Posso listar uns 15 em alto nível para apitar. A ideia é melhorar a média geral, e não ficar na dependência de grandes árbitros.Isto ocorre só no País?É uma tendência mundial, pois, se for pensar, os principais nomes da arbitragem internacional estão se aposentando e não tem surgido apenas um grupo de novos árbitros. A Fifa tem optado por descentralizar a arbitragem e elevar o nível como um todo, em diversos países.Como vê as críticas aos juízes no último Brasileiro?Se você for na Argentina ou no Uruguai, você vê que eles valorizam o que eles têm. Aqui no País não se valoriza nada, dizem que o campeonato tem baixo nível, que a arbitragem é fraca... Se for ver, nenhum erro foi decisivo para definir os rebaixados ou os times na parte de cima. O campeão foi legítimo, ganhou o título dentro de campo. Como você posiciona os juízes do País no cenário mundial?Na América do Sul, estamos entre os melhores, mas não participamos muito porque os clubes brasileiros e nossa seleção estão sempre envolvidos nos principais jogos. É complicado fazer uma comparação com outros continentes.Estamos no mesmo nível dos árbitros da Europa?Seria preciso que os europeus apitassem jogos da Libertadores, pois são partidas mais difíceis. Exigem que o árbitro se imponha e saiba controlar melhor a partida.

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