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Sensação das eliminatórias, Polônia já sonha em igualar 'era de ouro'

Nos anos 70, equipe foi campeã olímpica e terceiro lugar em uma Copa do Mundo

Por Felippe Scozzafave
Atualização:

Nem todo mundo deve saber, mas a Polônia já foi uma das seleções mais fortes do mundo. Nos anos 70, a equipe liderada por Grzegorz Lato, foi campeã olímpica em 1972, terceiro lugar na Copa do Mundo de 1974, com direito a uma vitória para cima do Brasil e ficou com a prata nos Jogos Olímpicos em 1976, perdendo a final para a Alemanha Oriental.

O mais curioso é que tudo começou graças ao amadorismo do futebol local. Por causa da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, o profissionalismo no futebol não aconteceu e todos os jogadores eram amadores. No entanto, o que era para ser algo ruim para o esporte, acabou tendo suas vantagens. Por serem apenas amadores, os principais jogadores podiam disputar os Jogos Olímpicos, disputados apenas por amadores.

Lewandowski marcou 11 gols em 6 jogos nas Eliminatórias Foto: EFE/ Bartlomiej Zborowski

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Daí, surgiram inúmeros craques, como o goleiro Kotska, o defensor Anczok, os atacantes Lubanski e Gorgon, entre outros nomes, além de Lato, um dos jogadores mais rápidos de todos os tempos. O sucesso foi imediato e, logo na Olimpíada de 1972, fez história ao marcar 21 gols em sete jogos e conquistar o inédito ouro. Na sequência, veio o teste nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1974, quando os poloneses eliminaram ninguém menos do que a poderosa Inglaterra e se garantiram no Mundial da Alemanha. 

Na ocasião, a seleção polonesa não era mais uma equipe de garotos desconhecidos. Ela era formada por homens jovens, mas entrosados, fortes e prontos para fazer uma ótima campanha. Logo na estreia, vitória sobre a Argentina, seguido por goleada por 7 a 0 sobre Haiti e, para finalizar a fase de grupos, triunfo sobre a Itália, então vice-campeã mundial.

Polônia era uma das seleções mais fortes do mundo nos anos 70 Foto: Reprodução

Na segunda fase, as oito seleções se dividiram em dois grupos de quatro. Todos jogavam entre si e os campeões de cada um fariam a final, com os segundos colocados disputando o terceiro lugar. A Polônia deu sorte e ficou no Grupo B, ao lado de Suécia, Iugoslávia e a anfitriã Alemanha Ocidental. No outro grupo, Holanda, Brasil, Argentina e Alemanha Oriental duelariam. Os poloneses começaram bem, vencendo suecos e iugoslavos, mas ainda teriam que superar os donos da casa para chegar à final. Mas, no dia 3 de julho de 1974, tudo deu errado para eles. Para começar, uma chuva torrencial caiu no dia do jogo e deixou o gramado totalmente encharcado, o que prejudicaria o futebol de toque de bola e facilitaria a força dos alemães. Os poloneses tentaram adiar a partida, mas de nada adiantou, afinal, eles estavam na casa da Alemanha e jogariam contra a Alemanha. No jogo, muita disputa, ótimas chances e destaque para o goleiro polonês Tomaszewski, que defendeu um pênalti de Hoeness. Mas o artilheiro Gerd Müller conseguiu fazer o gol que deu a vitória por 1 a 0 aos alemães, que foram para a final.

Coube à Polônia então disputar o terceiro lugar, contra o Brasil, então campeão. Nada que assustasse os poloneses, que venceram por 1 a 0, gol de Lato, artilheiro daquele Mundial, com sete gols.

Grzegorz Lato terminou a Copa de 1974 como artilheiro, com 7 gols Foto: Reprodução

Em 1976, a Polônia foi para os Jogos Olímpicos de Montreal com a mesma base de sucesso da Copa de 1974. Eles despacharam Cuba e Irã na primeira fase e se classificaram para as quartas de final. Golearam a Coreia do Norte por 5 a 0 e venceram o Brasil por 2 a 0 na semi. Na disputa pelo ouro, mais uma vez a Alemanha pela frente e os poloneses voltaram a sucumbir diante da frieza germânica e perderam por 3 a 1, um resultado considerado zebra pelo fato de jogarem com seus titulares e os alemães com os amadores.

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Depois de anos intensos e inesquecíveis, a Polônia perdeu sua força com a saída do técnico Górski em 1976 e só voltou a brilhar com o nascimento de uma nova estrela, Zbigniew Boniek, craque da Juventus, sendo, mais uma vez, terceiro lugar em uma Copa do Mundo, dessa vez em 1982.

Tantos anos depois, a Polônia ressurge como uma grande seleção e, com seis jogos e cinco vitórias, tem tudo para, se vencer a Dinamarca nesta sexta, já carimbar a passagem para o Mundial da Rússia. Todos esse sucesso atual tem, além de alguns bons coadjuvantes, a estrela de Robert Lewandowski, atacante do Bayern de Munique e que é uma verdadeira máquina de gols, sendo, ao lado de Cristiano Ronaldo, artilheiro das eliminatórias europeias, marcando 11 dos 15 gols feitos pela Polônia até agora na competição.

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