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Série B divide o interior paulista

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto persiste a indefinição sobre a realização do Campeonato Brasileiro da Série B, os clubes do interior paulista que vão participar da competição se dividem a respeito da fórmula de disputa. O Marília, caçula na divisão, é frontalmente contra qualquer fórmula que não seja o campeonato com turno returno. A alegação do presidente Beto Mayo é de que o clube "investiu pesado no elenco para uma competição com 46 jogos". O mesmo pensamento tem Luis Duarte, diretor da American Sport, empresa que administra o futebol do clube: "Uma mudança agora pode comprometer o planejamento financeiro do clube". Vice-campeão brasileiro da Série C ano passado, o Marília engrossa o coro de Palmeiras e Botafogo-RJ. João Carlos Figueiredo, diretor de futebol do Paulista de Jundiaí, fica em cima do muro. O diretor concorda que a disputa por pontos corridos seria a mais correta, mas afirma que a parte financeira deve ser levada em consideração. Sem o apoio da multinacional Parmalat, o clube está em regime de contenção de despesas. Também por conta da falta de recursos, Mogi Mirim e União São João de Araras, em princípio, aceitam a idéia de fazer o campeonato em apenas um turno. Ano passado eram favoráveis à regionalização da Série B. Todos, porém, continuam na expectativa de uma definição da CBF e do FBA - Futebol brasil Associados - sobre a competição. Alguns clubes do interior alimentam a esperança de uma grande virada de mesa. Bragantino, XV de Piracicaba e Botafogo foram rebaixados ano passado para a Série C, mas seus dirigentes acreditam que poderiam permanecer nesta temporada, desde que os seis clubes rebaixados fossem mantidos na Série B. A competição, então teria 32 participantes, mantendo-se os seis rebaixados e os dois que subiram - Brasiliense e Marília. Os times seriam divididos em dois grupos - Região Norte e Região Sul - classificando-se quatro clubes de cada grupo para a segunda fase. A virada de mesa estaria baseada na força política de alguns rebaixados. O Bragantino conta com a influência de Nabi Abi Chedid, vice-presidente da CBF; o Americano de Campos com o apoio de Eduardo Vianna, o Caixa d´Água, presidente da Federação Carioca. O Sampaio Corrêa com a ajuda da família Sarney (o senador José Sarney e o deputado federal José Sarney Filho) e o Guarany de Sobral-CE com o auxílio do ministro Ciro Gomes. Nesta festança política, apenas o enfraquecido XV de Piracicaba e o desmoralizado Botafogo, ameaçado de rebaixamento para a Série A2 paulista, não contam com apoio político, mas poderiam participar do campeonato de carona.

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