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Só faltou o tetra para Júlio César

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-zagueiro Júlio César não consegue se esquecer das marcas do passado. O pênalti perdido quando defendia a seleção brasileira nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1986, no México, contra a França, que custou a eliminação do Brasil daquele Mundial, ainda incomoda o jogador, que mora em Campinas, com a família. Perguntado sobre o lance, mostra irritação. ?Depois daquilo nós fomos tetracampeões, ganhamos o penta. Foi uma coisa que já passou. Vocês sempre perguntam sobre a Copa de 1986. Já aconteceu, faz tempo. Tem que ver o momento, o que está acontecendo agora, e não o que passou?, desabafou Júlio César, que está com 40 anos. Naquele jogo, Brasil e França empataram por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Na decisão por pênaltis, Júlio César e Sócrates erraram as cobranças e a França avançou para as semifinais. ?As pessoas têm sempre essa mania de perguntar o que já passou. Não interessa mais?, protesta o ex-jogador, que foi eleito o melhor zagueiro daquele Mundial. Hoje, a principal atividade de Júlio César é o curso que freqüenta para se tornar técnico de futebol. Já está quase concluindo e, enquanto não termina, faz estágio no União São João de Araras. Pretende ser técnico para não se desligar completamente do futebol. ?Estou parado, mas fazendo curso para treinador. É sempre bom ter alguma coisa a mais. Vai que, de repente, pinta alguma coisa. Como não tenho experiência nenhuma como treinador, estou fazendo esse estágio no União São João.? O Rio Branco, de Americana, foi o último time de Júlio César, que parou de jogar com 38 anos. ?Foi em 2001. A idade chega e a pessoa tem de saber que está na hora de parar. Eu já tinha 38 anos.? Apesar do final de carreira modesto, Júlio César fez sua trajetória praticamente na Europa, onde ficou por 15 anos. Deixou o Brasil muito cedo. O Guarani negociou-o com o Brest, da França. Depois, foi para o Montpellier, onde conquistou a Copa da França. Transferiu-se para a Itália, onde foi campeão da Copa da Uefa pela Juventus, em 1993. Mas o clube onde teve mais destaque foi o Borussia Dortmund. Conquistou o Campeonato Alemão, em 1996, a Liga dos Campeões e o Mundial Interclubes, em cima do Cruzeiro, ambos em 1997. Já no final da carreira, jogou no Panathinaikos, da Grécia, e no Werder Bremen, da Alemanha. Teve rápida passagem também pelo Botafogo, em 1998. Júlio César era um jogador viril, mas que tinha técnica. Uma de suas especialidades era a bola parada. Seus fortes chutes sempre levavam perigo ao adversário. Também se destacava no jogo aéreo, favorecido pelo seu 1,88m.

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