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Sob vaias, São Paulo empata com o Coritiba pelo Brasileirão

Equipe ainda sente o golpe da desclassificação na Copa Libertadores e irrita seu torcedor, no Morumbi

Por Alan Rafael Villaverde
Atualização:

O São Paulo tenta se recuperar do "nocaute" recebido com a desclassificação na Libertadores para focar a conquista do inédito tricampeonato brasileiro. E, neste processo de "cura", a equipe do técnico Muricy Ramalho empatou em 1 a 1 com o Coritiba, neste domingo, no Morumbi, em partida válida pela terceira rodada do Brasileirão. Veja também:  Classificação  Calendário / Resultados  Ouça os gols  - Rádio Eldorado/ESPN - AM 700  Jogadores do São Paulo admitem abatimento O resultado pouco importa - São Paulo soma apenas dois pontos -, uma vez que o foco era esquecer a derrota para o Fluminense, que tirou a equipe da Libertadores pelo terceiro ano consecutivo, colocando em xeque o trabalho de Muricy Ramalho e o planejamento - outrora exaltado - da diretoria são-paulina. Diante de um público acanhado e chateado pelo futebol apresentado nesta temporada, o São Paulo enfrentou o Coritiba com a base do jogo diante do Fluminense, apenas com as entradas de Aloísio e Borges no ataque, nos lugares de Adriano e Dagoberto, além de Joílson definitivamente na vaga de Jancarlos. Já Jorge Wagner reconquistou a vaga de titular. RESSACA Como esperado, o São Paulo entrou em campo ainda com a cabeça na Libertadores. Melhor para o Coritiba, que dominou os primeiros 20 minutos, abrindo o placar aos 15, quando Michael, ex-Guaratinguetá, fez o que quis pela direita e cruzou rasteiro para a conclusão do veterano Rubens Cardoso. O gol dava a impressão que selaria mais um revés tricolor, já que Hernanes tinha a responsabilidade de armar o jogo, e o Coritiba, com bons contra-ataques pela direita, tinha tudo para ampliar o marcador. O São Paulo, no entanto, contou com o erro do goleiro Edson Bastos para ressurgir no jogo. Aos 26 minutos, Jorge Wagner cruzou pela esquerda e o goleiro do Coritiba rebateu nos pés de Borges, que só teve o trabalho de concluir e deixar o placar igualado. AMBIENTE CONTURBADO Mesmo com o gol, Borges deixou claro que o ambiente são-paulino não anda tão bom. Ao ser indagado por repórteres, no intervalo, o atacante mostrou sua insatisfação por não ser titular. "É...Estou aqui já faz um bom tempo e tenho 24 gols, mas ainda tenho que lutar para provar que posso ser titular. Fazer o quê...Vou continuar a trabalhar."  São Paulo 1 Rogério Ceni; Joílson (Dagoberto), Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Fábio Santos, Zé Luís, Hernanes e Jorge Wagner; Borges e Aloísio Técnico: Muricy Ramalho  Coritiba 1 Edson Bastos; Pedro Ken, Maurício, Nenê e Ricardinho; Douglas Silva, Alê (Felipe), Michael (Guaru) e Rubens Cardoso; Hugo e Henrique Dias (Marlos) Técnico: Dorival Júnior Gols: Rubens Cardoso, aos 15; Borges, aos 26 minutos do primeiro tempo Árbitro: Wagner Tardelli (Fifa-SC) Renda: R$ 93.630,00 Público: 5.049 total Estádio: Morumbi, em São Paulo, SP Aparentemente satisfeito e alheio à reclamação de Borges, Muricy Ramalho manteve a formação inicial para a segunda etapa, e contou com a ajuda do técnico Dorival Júnior, que tirou Michael para a entrada de Guaru. Sem a preocupação de marcar o arisco Michael, o São Paulo dominou, mas a velha deficiência voltou a aparecer: a falta de um meia. As jogadas eram feitas, mas faltava o toque para a entrada dos atacantes na área, facilitando a marcação do Coritiba. Diante das opções que possuía no banco de reservas, Muricy Ramalho - rouco de tanto gritar com os jogadores - optou pelas entradas de Hugo e Dagoberto. As alterações não surtiram efeito e o único lance de destaque aconteceu aos 38, quando Richarlyson cruzou e Borges e Hugo furaram, perdendo grande chance para colocar o São Paulo à frente. FIM DA SUPREMACIA? Os minutos finais da partida foram a síntese desta temporada para o torcedor tricolor, que viu uma equipe apática, sem criatividade. As vaias, como esperado, deram o toque dramático de uma era que pode estar perto do fim ou de mais um ressurgimento, como aconteceu após a desclassificação na Libertadores de 2007.

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