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Sonho da Lusa, aos 85 anos: subir

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos clubes mais tradicionais de São Paulo está fazendo aniversário hoje. E para comemorar os 85 anos da Portuguesa, os dirigentes só pensam em um presente para a torcida: o acesso à divisão principal do Campeonato Brasileiro. A torcida da Lusa teve de se contentar nos últimos anos com um time que não briga por títulos. E mais: torcer para que o time não faça feio nas competições. Depois da queda para a Segunda Divisão do Brasileiro em 2002, a Portuguesa não se encontrou mais. A situação pode mudar este ano se a equipe comandada pelo técnico Giba conseguir o título ou o segundo lugar da Série B - está perto de se classificar para a próxima fase. Considerada como o segundo time de muitos paulistanos, a Lusa passa por uma aguda crise financeira. A dívida que o presidente Manuel da Lupa herdou das gestões anteriores supera os R$ 160 milhões. "É um clube bem difícil de se administrar", admite Da Lupa. Mesmo com as dívidas que tem, a Portuguesa não deixou de pagar ninguém desde o começo do ano. Jogadores, comissão técnica e funcionários estão recebendo em dia. "E esse é o problema. Saber administrar tudo, saldando as dívidas antigas sem deixar de pagar o que prometemos", diz. O coordenador administrativo do clube, João Marques, acrescenta. "Nós encontramos a Portuguesa na UTI. O clube estava sem água, os poços estavam lacrados...", diz. "O clube está se preparando estruturalmente para voltar a ser grande." Para um time que já contou com nomes como Djalma Santos, Leivinha, Zé Maria, Enéas, Dener e Zé Roberto, é difícil para a torcida se acostumar com as caras novas que aparecem. No fim do ano passado, a Portuguesa desfez a parceria - danosa, na opinião de muitos dirigentes - com a empresa Ability, que gerenciava o futebol profissional do clube. Hoje a equipe conta com vários jogadores que vieram das categorias menores, e as contratações são de atletas desconhecidos da torcida. "Não podemos gastar muito. E mesmo assim, fomos um dos que mais gastaram na Série B", afirma Da Lupa. A folha de pagamento do clube gira em torno de R$ 500 mil. Dos grandes times que a Lusa já teve, o presidente do clube lembra muito bem o último deles - o de 1996, que perdeu a final do Brasileiro para o Grêmio. "Aquele time era muito bom mesmo", lembra com saudades. E para voltar aos grandes anos da Portuguesa, Da Lupa acredita que só o acesso à Série A pode fazer isso acontecer. "O que representa a grandeza de um clube é a massa torcedora e a conquista de títulos. E agora a gente não tem a estrutura de time grande", afirma. "Noventa por cento da nossa administração está voltada ao nosso retorno à Série A", avalia. "Se isso não acontecer, a situação vai piorar bastante." Com pouco dinheiro em caixa, a festa dos 85 anos se resumirá a um banquete no ginásio de esportes no dia 19.

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