Souza se arrepende de "agredir" Botafogo-SP

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Por Agencia Estado
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O volante Souza admitiu ter se arrependido do seu ato de fúria na tarde de quinta-feira, quando quebrou alguns bens patrimoniais do Botafogo, time que defendeu até o último domingo. Depois de se reunir com o advogado do clube de Ribeirão Preto nesta sexta-feira, ele acertou as pendências e se desligou definitivamente. Com salários atrasados, Souza quebrou um aparelho de fax e uma máquina de escrever, além de ter arremessado um extintor contra o vidro da sala de troféus do clube. Isso tudo na quinta-feira, depois de ficar sabendo que a diretoria do Botafogo não teria condições de pagar os R$ 12.160,00 que lhe deve. Antes, o meia Ricardo já tinha danificado algumas taças conquistadas pelo time de Ribeirão Preto, pelo mesmo motivo. Souza era o capitão do Botafogo na Série A2 do Paulista e, com a eliminação na fase semifinal, teve o contrato automaticamente rescindido. Só havia recebido, até então, o salário de janeiro. Nos últimos dois meses trocou um hotel pelo alojamento do clube, no estádio Santa Cruz, para diminuir os gastos. Ele esperava o acerto para quarta-feira, mas os dirigentes não compareceram à reunião. Prometeram novo contato na manhã de quinta, mas novamente faltaram. Aí, enfurecido com o descaso, Souza teve o acesso de fúria. "Não é justo eu trabalhar três meses e chegar em casa sem um tostão no bolso", disse o jogador de 32 anos, que gostaria de receber parte da dívida (R$ 3 mil) e uma passagem de avião para poder voltar para casa - sua família, esposa e filhos, mora em Piritiba, na Bahia. Alguns jogadores, como o próprio Ricardo, que quebrou os troféus, aceitaram deixar o clube com notas promissórias, para receber depois. Mas Souza insistiu nos R$ 3 mil, que acabou conseguindo receber. E, depois dos danos materiais que causou, aceitou perdoar o resto da dívida para não ser processado pelo clube. "Eles encerraram a minha carreira", disse Souza, referindo-se ao presidente do Botafogo, Walcris da Silva, e ao diretor de futebol do clube, Gerson Evangelisti. "Ninguém vai querer me contratar mais. Me trataram como um moleque, mas a minha imagem não é essa, nunca tive problemas ou discussões nos outros clubes que defendi, inclusive onde deixei dinheiro para trás, como Ceará e América de São José do Rio Preto", garantiu.

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