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STJD não deve denunciar o Vasco

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não vai oferecer denúncia contra o Vasco, com base no Estatuto do Torcedor, pelos incidentes ocorridos ao redor de São Januário, no domingo, quando o ônibus da delegação do Atlético-PR foi apedrejado e só depois da chegada da cavalaria da Polícia Militar conseguiu enfim entrar no estádio. De acordo com o Estatuto, a responsabilidade pela segurança dos visitantes cabe ao detentor do mando de campo e a seus dirigentes. E o clube que descumprir a determinação pode perder o mando de campo por até dois meses. "Não tive nenhum relato de ônibus apedrejado próximo a São Januário. Pelo que soube, houve confusão longe do estádio e quem teria se voltado contra os atleticanos foram torcedores da Gaviões da Fiel", afirmou o procurador do STJD, Murilo Kieling. Ele estava em São Januário e atribuiu o incidente à torcida organizada do Corinthians, que se deslocava para Caio Martins, em Niterói, a fim de assistir à partida do clube com o Botafogo. Funcionários do Atlético-PR confirmaram que o ônibus com os atletas e comissão técnica da equipe foi cercado por uma multidão de torcedores do Vasco e atingido ao lado de São Januário. "Estávamos a duas quadras do portão que dava acesso ao nosso vestiário, no estádio. As pessoas batiam no ônibus, jogavam objetos e, de repente, o vidro traseiro estilhaçou. Felizmente ninguém se machucou", contou hoje o assessor de Imprensa do Atlético-PR, Toni Casagrande. Com relação à invasão do gramado de um rapaz com a camisa do clube carioca, no segundo tempo do jogo, Kieling disse que o torcedor foi preso, identificado e já condenado a prestar serviços sociais. Por esse motivo, o procurador considera desprezível a possibilidade de indiciar o Vasco com base no Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata da prevenção e repressão a desordens nos estádios. Ao ser perguntado se a "invasão" não caracterizaria algo mais grave que um arremessso de tênis, pilha ou similar da arquibancada, Kieling disse "que a natureza é a mesma". Admitiu, porém, que eventual denúncia ao Vasco vai depender da súmula do árbitro Wilson de Souza Mendonça. "Parece que várias garrafas plásticas foram lançadas a campo. Vamos aguardar o relato." A reportagem da Agência Estado presenciou pelo menos um arremesso de objeto no gramado: aos 31 minutos do segundo tempo, quando Mendonça marcou uma falta a favor do Atlético, do lado esquerdo do ataque do time paranaense. Se o caso for levado a julgamento, o Vasco pode perder de um a três mandos de campo, que teria(m) de ser cumprido(s) em 2005. O procurador do STJD explicou que a retenção de vários ônibus com torcedores do Atlético-PR na Avenida Brasil, até o segundo tempo da partida, ocorreu por causa do horário da chegada do comboio ao Rio. "Tinham de estar no local combinado até pouco depois das 11 horas. Já passava de 13h30 e nada. Seria um risco deixá-los seguir em cima da hora, com a multidão de vascaínos em torno de São Januário." Kieling contou que os atleticanos entraram em contato com antecedência com o Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (GEPE) e sabiam da necessidade de não atrasar. "Quatro ônibus de torcedores do Atlético-PR vieram antes e foram escoltados até o estádio. Mas num horário mais tranqüilo."

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