22 de maio de 2016 | 06h00
Em julho de 2014, o Barcelona apostou alto quando contratou Luis Suárez. Foi preciso superar o episódio da mordida em Chiellini durante a Copa, pagar R$ 225 milhões ao Liverpool e aguardar o fim da suspensão da Fifa imposta ao uruguaio.
Valeu a pena. O Barça voltou a ter um novo centroavante, como na época de Ibrahimovic, e criou um ataque que ficou conhecido como ‘Trio MSN’. Suárez foi a peça que faltava na engrenagem de uma equipe que já tinha Messi e Neymar.
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O uruguaio, que une técnica e garra como poucos, potencializou o poder de fogo do time. Os números reforçam a ideia de que o Barça montou um ataque dos sonhos que atormenta seus adversários, como o deste domingo, o Sevilla, rival da decisão da Copa do Rey, no Vicente Calderón.
Nesta temporada, o trio marcou 130 gols, superando, graças a Suárez, a marca de 122 na temporada passada. “Deveria ser proibido Messi, Suárez e Neymar (jogarem) juntos”, brincou técnico argentino Jorge Sampaoli em uma recente entrevista.
Ele se referia ao talento e ao entrosamento do ataque do Barcelona. “Creio que além da humildade, há um companheirismo entre nós. Quando eu faço um gol ou quando o Neymar faz um gol, eu fico muito feliz, somos como uma equipe. E tanto eu quanto ele sabemos que o Messi é melhor do mundo e aprendemos muito com ele”, disse Suárez ao site do clube.
Suárez se transformou no artilheiro disparado do time. Ele fez 59 gols (quase o dobro de Neymar), sendo que 40 deles apenas no Campeonato Espanhol, o que lhe garantiu o título de Chuteira de Ouro.
O momento é mesmo do uruguaio. E ele já se coloca como um dos favoritos para chegar entre os três finalistas do Bola de Ouro de 2016. Em sua fase mais letal, chegou a marcar quatro gols em dois jogos consecutivos e foi o responsável pela conquista da Liga Espanhola. No Mundial de Clubes, em dezembro, Suárez fez cinco gols nos dois jogos, dois deles na final contra o River Plate.
Já Neymar fez uma temporada abaixo do esperado. Ele marcou menos gols em relação à temporada 2014-2015 (39 a 30) e viveu altos e baixos. Embora Neymar tenha sido protagonista quando Messi se machucou ano passado, o brasileiro encerra a temporada abaixo dos companheiros de ataque.
E também não param as especulações sobre o futuro do brasileiro, que tem contrato com o Barcelona até 2018, mas até agora não garante que irá renovar o vínculo com o clube catalão.
O ponto baixo do trio MSN nesta temporada foi a eliminação na Liga dos Campeões diante do Atlético de Madrid, que fará a final contra o Real Madrid no próximo sábado. Mas o Barça venceu o Liga Espanhola e a Supercopa da Europa, esta em cima do Sevilla, o rival de hoje.
Os dois times que abriram a temporada, há um ano, farão pela primeira vez uma final da Copa do Rey. A final, disputada em Madrid, também ganha contornos políticos. O Governo de Madrid havia proibido a entrada de bandeiras da Catalunha, mas um juiz garantiu aos torcedores do Barça a permissão de ir ao estádio com a bandeira catalã.
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