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Sub-20 também pensa em título

Por Agencia Estado
Atualização:

Em preparação para o Mundial da Argentina, a seleção brasileira sub-20 tem dois objetivos: conquistar a competição que o Brasil não vence desde 1993 e preparar jogadores para o time principal, carente de valores. Mas, ao contrário do que acontece nas categorias de base dos clubes, a seleção tem de ter o título como prioridade. Não é aceito o argumento de que um bom trabalho pode render frutos no futuro. "Não existe isso de só revelar jogador porque time grande tem sempre que ganhar", reconhece o técnico da seleção sub-20, Carlos César, que tem larga experiência em categorias de base. Para chegar à sua meta, explicou o treinador, o Brasil terá de superar adversários tradicionais na sub-20, como Argentina, que jogam em casa, e Gana. A seleção já derrotou os rivais continentais no último Sul-Americano, também esse ano. Para repetir o feito - mais difícil por causa da influência da torcida local -, os jogadores brasileiros estão treinando, desde a última segunda-feira, no centro de treinador de Granja Comary. Na sexta-feira, Carlos César cortou sete, dos 25 jogadores, definindo o grupo de 18 que irão à Argentina. O Brasil viaja na quarta-feira para Córdoba, sede do Grupo B, em que ainda estão Iraque, Alemanha e Canadá. A maioria dos jogadores tem experiência por ter atuado nos profissionais - alguns são titulares em seus times. "Aqueles que estiveram no profissional têm outra postura e confiança. Estão acostumados a casa cheia e ao estilo de jogo mais viril." Um exemplo é o São Paulo, time que mais cedeu jogadores à sub-20 e já utilizou três, dos cinco que estão na seleção, no profissional. "O São Paulo tem forte tradição em revelar jogadores, especialmente depois do Telê." Além de experientes, os brasileiros se destacam pela forte constituição física, como pode ser percebido ao se observar o treino. A média de altura é de cerca de 1,78m. "Prefiro convocar jogadores altos desde que tenham boa condição técnica" explicou o treinador. Ao fim do Campeonato Sul-Americano, a estatura dos brasileiros rendeu insinuações dos argentinos, para quem havia ´gatos´ na equipe nacional. Nunca houve provas das acusações, mas é uma realidade que os brasileiros da sub-20 já estão se credenciando para jogar na seleção principal. Dois deles, Adriano e Júlio Batista, já foram chamados pelo técnico Emerson Leão. Depois do sucesso no Sul-Americano, Fábio Rochemback foi titular durante a Copa das Confederações. "Ao atuar na sub-20, o jogador já fica acostumado a atuar com a camisa da seleção", disse o treinador. O próximo candidato, segundo Carlos César, é o zagueiro do Guarani Edu Dracena. "Ele é forte e tem liderança", explicou. O campineiro agradece e garantiu estar preparado: "Houve um cogitação em convocações anteriores; espero chegar algum dia a principal", afirmou. O ascesso que os jogadores têm tido à seleção profissional pode ser explicada pelo fato de o técnico Leão ter estreitado a relação com as categorias de base. "Realmente, dentre os treinadores, ele foi o que mais procurou saber se tínhamos novos valores", disse Carlos César. A partir do 17 deste mês, quando estréia contra a Alemanha, os jovens jogadores terão a oportunidade de provar que merecem a confança do técnico.

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