Sylvinho é anunciado por Rogério Caboclo como novo técnico da seleção olímpica

Auxiliar de Tite vai assumir o cargo com a chegada do novo presidente, que pediu confiança das pessoas

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Fabio Grellet e Marcio Dolzan
Atualização:

Ao assumir nesta terça-feira a presidência da CBF para o próximo quadriênio, Rogério Caboclo afirmou em seu discurso de posse, ocorrido na sede da entidade, no Rio, que espera que as pessoas acreditem no trabalho e na conduta dele e dos integrantes desta nova gestão que conduzirá os caminhos do futebol nacional e da seleção brasileira.

Ao comentar sobre a expectativa para o seu mandato, o dirigente ressaltou: "Quero dizer de segurança, que confiem que a gente vai trabalhar com bons princípios e bons propósitos. A gente vai acertar e vai errar também, mas estamos prontos para sermos acusados nos erros - mas nunca nos erros essenciais".

Sylvinho, auxiliar de Tite na seleção. Foto: Yves Herman/Reuters

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Caboclo discursou prometendo independência, transparência e um olhar para o futuro do futebol brasileiro - e, para isso, quer buscar ajuda de craques e técnicos do passado. Diante de um auditório lotado por cartolas do País, e prestigiado pelos presidentes da Fifa, Gianni Infantino, e da Conmebol, Alejandro Dominguez, o novo mandatário anunciou a criação de um "conselho de craques" para discutir o futebol brasileiro.

O conselho será formado pelos ex-jogadores Cafu, Gilberto Silva, Juninho Paulista, Ricardo Rocha, Zinho, Jairzinho e Careca. Pretinha e Michael Jackson, da seleção feminina, também comporão o grupo, assim como os técnicos Carlos Alberto Parreira e Muricy Ramalho. Apesar de ser apresentada como novidade, a ideia não é exatamente nova. Em 2015, o então técnico da seleção Dunga montou um conselho ao lado do coordenador Gilmar Rinaldi. O grupo tinha ainda Zagallo, Parreira, Carlos Alberto Silva, Paulo Roberto Falcão, Sebastião Lazaroni, Candinho e Ernesto Paulo.

Nesta terça-feira, Rogério Caboclo também anunciou que Sylvinho, um dos auxiliares de Tite na seleção principal, vai comandar a seleção olímpica. "Ele é muito bem formado, é um estudioso do futebol, um homem respeitado por aqueles craques que já estão no vestiário da seleção principal. Não é alguém que vai ter que se adaptar à convocação de jogadores Sub-23, que já são ídolos nos seus clubes, ou aqueles que ultrapassam a data no limite do que a Olimpíada permite. Ele não vai ter que se adaptar a esses jogadores. Ele vai fazer uma integração entre o futebol sub-20, sub-23 e a seleção que vai disputar a Copa do Catar", disse o dirigente ao justificar a escolha para o cargo.

O ex-jogador Juninho Paulista, por sua vez, será responsável por uma nova área, a de desenvolvimento do futebol, enquanto o ex-árbitro Leonardo Gaciba será o responsável pela comissão de arbitragem. "O Juninho cuidará da área de desenvolvimento, que é muito abrangente, vai de A a Z. Vai participar da área de competições, vai falar de arbitragem, de registro e transferência, vai falar de seleção naquilo que for mais amplo - não estando introduzida dentro de departamento de seleções", disse Caboclo.

Já ao comentar sobre a função assumida por Gaciba, o presidente da CBF destacou: "É um nome consagrado. É um árbitro que foi da Fifa, que por quatro anos foi o melhor do Brasileirão. Ele se aprimora cada vez mais, na medida em que ele sai do campo e vai pra tela (o ex-árbitro era comentarista de TV). Ele é um especialista em medição de espaço, em linhas. Eu não vejo ninguém melhor".

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CONSTRUÇÃO DE NOVO CT

Ao final da cerimônia de posse, Caboclo conversou com os jornalistas na sede da CBF e abordou outros pontos importantes de sua gestão, como por exemplo o plano de construir um novo Centro de Treinamentos, na Barra da Tijuca, para a seleção brasileira. "Fica em frente à Vila Olímpica de 2016. É uma espaço de 100 mil metros quadrados, próximo ao Riocentro. Aí vamos sediar nove novas atividades de desenvolvimento do futebol. A gente depende de autorizações governamentais para o início das obras, o que é um passo essencial. A partir daí, a gente imagina que entre um ano e meio, dois anos, vai estar preparado", projetou.

Ao comentar sobre este CT na Barra, o dirigente também assegurou que a Granja Comary, em Teresópolis, continuará sendo útil para a CBF e para a seleção brasileira. "Ela não deixa de ser a sede de todas as seleções do Brasil. É lá que todas vão se preparar. Aqui a gente tem outra finalidade, que é o desenvolvimento do futebol na área da arbitragem, do futebol feminino, do beach soccer, do futsal, na área social, com a construção de uma escola de ensino fundamental, acompanhada no período da tarde com o ensino do futebol. Será um centro de desenvolvimento", explicou.

Já ao justificar o fato de que prometeu nesta terça-feira que, a partir de 2020, não haverá jogos de clubes no Brasil em datas reservadas pela Fifa para confrontos entre seleções, o dirigente ressaltou: "São dez datas por ano, normalmente em março, junho, setembro, outubro e novembro. Todas aquelas que a gente tiver competições nacionais, param. Esse é o compromisso. O futebol precisa de preservação de datas. Os Estaduais merecem uma reflexão. Vai ser uma decisão de cada qual (federação) se vai de fato preservar, porque eles têm autonomia para isso".

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ENCONTRO COM BOLSONARO

Após tomar posse na CBF, Caboclo tem um encontro marcado com o presidente da República, Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira, quando também garante que não fará solicitações que possam beneficiar a CBF por meio de ações do governo federal.

"Essencialmente, não há nenhum tipo de favor que a CBF queira fazer hoje, e nem no futuro, em relação a governo. Eu tenho a maior tranquilidade que não haverá nenhum tipo de pedido. A CBF não quer benefício fiscal, não aceita, não quer nada que não seja bom para o povo brasileiro. É uma conversa muito cordial. Talvez, numa forma objetiva, uma vez que o governo já se dedicou a essa causa e o presidente já dedicou alguns ministérios à administração da Copa América, da Copa do Mundo Sub-17, que ele conheça pessoalmente, da nossa voz, o que significa para a gente ter essas competições no Brasil", enfatizou o novo presidente da CBF.

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