
19 de junho de 2018 | 05h00
Thiago Silva começou bem a terceira Copa do Mundo de sua carreira. Um dos mais experientes jogadores à disposição de Tite, o zagueiro teve atuação segura no empate com a Suíça. Mas viu as atenções se voltarem para o seu companheiro no setor defensivo, Miranda, que reclamou de falta no gol que evitou a vitória da seleção brasileira e a colocou pressionada para o seu segundo compromisso na Rússia, sexta-feira, contra a Costa Rica, em São Petersburgo.
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Ao mesmo tempo em que admite frustração por ver a equipe tropeçar por um erro da arbitragem, mesmo que ela contasse com o sistema de vídeo-arbitragem (VAR) à disposição para tirar dúvidas, Thiago Silva pede tranquilidade para a seleção lidar com o momento de tensão e até com a contrariedade por decisões equivocadas dos juízes durante os jogos.
Ele promete que o Brasil manterá o foco e a confiança, mas também diz que o empate deixou uma lição: não se pode mudar o estilo de jogo quando o placar é favorável. A reportagem do Estado colheu essas e outras respostas de Thiago Silva durante diferentes momentos da zona mista, após a partida em que a seleção enfrentou a Suíça, no último domingo.
A gente está calejado. Somos jogadores experientes. Temos que manter a tranquilidade, continuar tendo a confiança no que está sendo feito e buscar vencer o segundo jogo.
A gente vive isso a cada dia, já faz parte do cotidiano. Temos que ficar tranquilos primeiramente e pensar de forma inteligente para fazer um bom jogo.
A gente caiu depois do primeiro gol. E é isso que precisamos melhorar, temos que continuar atacando, trocando bolas, mantendo nosso estilo de jogo. Mas isso serve de aprendizado para o segundo jogo.
Nunca é bom tropeçar. Ainda mais que saímos na frente e estávamos com uma vantagem importante no primeiro jogo. Mas acho que, não é jogar a culpa no árbitro, mas foi falta no Miranda. Você não pode usar as mãos, especialmente para empurrar. É pensar no que fizemos de bom e olhar para o que a gente fez de ruim, especialmente após o gol, quando demos uma caída, e tentar manter o que foi melhor para o próximo jogo.
Foi um papo muito tranquilo. O Tite é sempre muito aberto conosco. Disse que poderíamos deixar para ele comentar, porque não podemos mudar nosso foco, que é o segundo jogo.
Conversamos sobre isso, principalmente pela falta no Miranda. Não foi um erro de posicionamento, de um jogador que não pulou na bola. No futebol, nós sabemos que não se pode usar as mãos, que é falta, independentemente se o jogador cai ou não. A gente fala tanto de simulação, que o Miranda deveria ter caído... O Miranda ficou de pé, mas foi falta.
Na França, onde o árbitro de vídeo é usado nas copas, você não pode fazer o gesto da TV, ou pedir para ele olhar. Isso daria cartão amarelo. Aqui, isso até é autorizado, mas não com gestos. E o Marcelo e o Miranda conversaram com ele, indicaram que o telão estava mostrando o lance. A gente não sabia muito o que fazer, já que o telão mostrou que foi falta.
É do momento e, às vezes, você arrisca até a levar um cartão amarelo, o que te impede de fazer uma falta depois. Se você não tem diálogo com o árbitro, fica um pouco difícil. O Marcelo falou: “Olha para o telão!”, e ele olhava só para baixo. Não queria ver o erro, estava com medo.
Pior que deixa uma revolta, sim. Você tem quatro e mais o árbitro, que pode deixar o lance passar para não se precipitar, mas tem o pessoal de fora que pode ajudar ou avisar para olhar. E acho que nem essa intenção ele teve. E o telão mostrou. E aí a gente viu que foi falta.
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