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'Temos que medir nossa temperatura diariamente', diz brasileiro que joga no Japão

Richardson, volante do Kashiwa Reysol, conta como é viver do outro lado do mundo em meio a pandemia do coronavírus

Por Daniel Batista
Atualização:

O Japão é um dos países em que o novo coronavírus ainda não chegou de forma devastadora, como no Brasil, mas a preocupação é enorme dos governantes. O país está em estado de emergência. Para os brasileiros, a situação é mais delicada, porque além da preocupação com sua saúde, ainda há a tensão com a família no Brasil. É o caso, por exemplo, do volante Richardson, do Kashiwa Reysol.

O jogador de 28 anos defende o Kashiwa Reysol desde o ano passado, após atuar no Ceará. Hoje, ele vive um misto de cautela e tensão. "Os dias estão sendo tranquilos por enquanto. Estou ficando com a minha família dentro de casa, mas nada de anormal. Estamos nos precavendo como podemos nesse período de quarentena", disse o volante em entrevista ao Estado. 

Richardson é um dos destaques do Kashiwa Reysol, do Japão Foto: Divulgação/Futpress

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Na quinta-feira, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, estendeu o estado de emergência para todo o Japão. Antes, o governo havia declarado essa medida apenas para sete regiões e Kashima não estava entre elas. Mas o aumento no número de casos fez com que a decisão fosse revista. No total, são mais de nove mil infectados e 200 mortes. Nesta sexta, Abe pediu. "Por favor, evitem sair, Tudo depende da ação de cada indivíduo", disse o político

Richardson tem adotado as medidas padrões de higiene, como lavar as mãos e só sair de casa quando necessário. Além disso, o departamento médico do Kashima Reysol está em alerta em relação às condições dos atletas. "As orientações do clube foram que deveríamos medir a temperatura corporal todos os dias e, em caso de febre, avisar imediatamente o departamento médico. Também orientaram os jogadores a ficar em casa e evitar ir para Tóquio, aonde tem tido o maior número de casos aqui no Japão", explicou.

Enquanto se preocupa com a sua saúde, de sua mulher e de seu filho de um ano e dois meses, Richardson também fica em alerta com seus pais. "Constantemente falo com eles sobre os perigos que esse vírus pode causar", contou.  

Richardson com o filho, em jogo do Kashiwa Reysol Foto: Divulgação/Futpress

A previsão inicial era que os treinos voltassem no dia 1º. Até lá, o volante fará treinos em casa, sob a supervisão de um profissional do Brasil, através de chamada de vídeo. "Nenhum jogador gosta de ficar tanto tempo sem jogar, mas o momento é de pensar no próximo e não apenas em nossa carreira. Essa quarentena pode salvar vidas na situação delicada que estamos vivendo no mundo todo".

Apesar do temor, mesmo se pudesse voltar ao Brasil - vôos estão cancelados - Richardson não cogita a volta para casa. "No momento não passa pela minha cabeça voltar. Infelizmente a situação está bem mais complicada no Brasil do que no Japão", resumiu. 

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