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'Tento aplicar um modelo europeu', diz Milton Mendes

Técnico do Atlético-PR exalta reação da equipe na temporada

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Por Ciro Campos
Atualização:

O Atlético quase foi rebaixado no Estadual e agora faz boa campanha. O que mudou no time?

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O treinador mudou e também algumas formas de trabalho. Valorizamos mais o coletivo, o clube, os jogadores, damos prioridade à parte tática. A equipe começa a atacar de trás para frente e não o contrário. Para se formar um bom ataque precisa ter uma boa defesa e vice-versa. Nosso grupo atende à ideia do futebol total, trabalhamos com o objetivo de ser uma família, de um ajudar ao outro. Procuro valorizar os jogadores, que são os protagonistas.

Como resgatou a autoconfiança dos jogadores?

Não foi só conversa. Confiança não se adquire só conversando. Foi preciso fazer um trabalho de parte tática, aos poucos, a cada dia, o time foi crescendo. Logicamente as conversas e os vídeos foram, mas também o trabalho, o dia a dia, e a formatação da equipe. Sabemos que os jogadores dentro de campo têm os seus direitos e deveres. Cada um sabe o que tem que fazer dentro de campo. Nossa ideia é fazer jogos intensos. Jogamos muito bem taticamente, temos um bom posicionamento e exploramos os pontos fracos dos adversários.

Como tem sido o comportamento do Walter?

Ele é extremamente importante. Um atacante de altíssimo nível, todos respeitamos aqui, tem qualidade inegável. Todos aceitaram o Walter muito bem. Ele aceita tudo muito bem, é determinado e ídolo da torcida. Já jogou oito partidas pelo clube, está extramente bem, super contente, bem inserido. É um líder do nosso grupo, um dos nossos capitães. Se continuar dessa forma, vai abrir outras portas para ele.

Milton Mendes confirma equipe que encara o Fla: time é o mesmo que empatou contra o Sport Foto: Maurício Oliveira/Divulgação

O Atlético-PR tem na tecnologia uma das armas. Como isso funciona?

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Quando os jogadores estão concentrados, todos recebem um tablet com informações sobre os adversários, todas as ideias da nossa estratégia com vídeo e posicionamento do outro time. O material ainda tem informações sobre todos os jogadores que vamos enfrentar. Temos uma equipe para levantar informações, o DIF (Departamento de Inteligência do Futebol) coordena a parte teórica do clube, que está muito organizado e fortalecido. Trouxemos uma empresa americana que tem um projeto para orientar a forma do jogador correr, de trabalhos preventivos, pré-treino e pós-treino.

Como foi a sua passagem na Europa?

Joguei no Vasco e no Criciúma e fui para Portugal em 1987, onde tenho residência até hoje. Deixei de jogar lá, fui treinador, estudei e fiz todos os meus cursos em Lisboa. Fiz uma pós-graduação em Londres. Tenho a licença profissional tirada na Europa, pela Uefa, ou seja, com o curso que tenho, posso treinar qualquer seleção e qualquer clube do mundo. Tenho procurado colocar a organização europeia dentro dos melhores jogadores do mundo, que são os brasileiros. Se eles conseguirem entender a partida tática, tendo a técnica, fica tudo muito mais fácil e os brasileiros vão chamar muito mais atenção na Europa. Torço também para que mais treinadores possam ir para a Europa. Para mim foi extremamente importante a oportunidade que recebi da Ferroviária e do Atlético-PR. Tenho conseguido demonstrar algumas coisas novas.

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