Time de Estevão promove pancadaria

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Por Agencia Estado
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A prisão do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) na terça-feira repercutiu - e muito mal - no clube que ele criou no ano passado, o Brasiliense, depois de ter o mandato cassado. O ex-senador é acusado de participar do esquema que desviou R$ 169 milhões das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo. Enquanto Estevão tentava se acomodar na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, o time perdia na quarta-feira por 1 a 0 para o Ceilândia, na disputa pela sétima rodada do campeonato de Brasília. Houve tumulto e pancadaria em campo. A Polícia Militar teve de intervir para evitar que os jogadores dos dois times e as torcidas se atacassem. O supervisor do Brasiliense, Jair Rabelo, agrediu um torcedor do Ceilândia, que comemorava a prisão de Estevão. Acompanhado por dois guarda-costas, Rabelo deu um tapa no torcedor. A torcida respondeu com pedradas. Ao contrário do que ocorreu no segundo semestre do ano passado, quando se sagrou campeão da segunda divisão, o Brasiliense faz agora um campanha mediana, ocupando o quinto lugar, com oito pontos em seis jogos. O técnico Joãosinho corre o risco de ser demitido. Foi a primeira vez que o cartola Luiz Estevão se ausentou de um jogo, desde que o clube passou a ocupar a primeira divisão do Distrito Federal. Enquanto o time perdia, o dirigente foi fotografado na carceragem lendo um livro do teólogo Leonardo Boff ?Tempo de transcendência?. Para o diretor-executivo do Brasiliense, Fábio Simão, um dos auxiliares mais próximos de Estevão, a derrota não tem nada a ver com a prisão do dirigente. "O time já vinha de dois empates", justificou. "E continuou se apresentando mal". Entre os atletas, há o temor de que, sem o cartola por perto, o clube se desfaça e com isso eles percam o emprego no reduzido mercado de jogadores existente na capital do Brasil. Embora a média salarial seja de apenas dois salários mínimos (R$ 302,00), é essa uma das poucas chances de se projetar e, quem sabe, de ter o passe valorizado. Fábio Simão assegura que nada mudará com a prisão do chefe. Segundo ele, a regra vale tanto para o Brasiliense como para outras empresas do grupo de Estevão. "Qual é o problema?", questionou. "O clube é como qualquer outra empresa do grupo". O próximo jogo do clube será sábado contra o Aruc, vice-campeão da segunda divisão, no ano passado.

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