O time dirigido por Luiz Felipe Scolari na China, o Guangzhou Evergrande, vai enfrentar um processo disciplinar instaurado pela Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês) depois que torcedores da equipe levantaram uma faixa contra o movimento de independência de Hong Kong.
Na goleada fora de casa sobre o Eastern SC, de Hong Kong, por 6 a 0 pela Liga dos Campeões da Ásia na última terça-feira, uma faixa na torcida do time chinês dizia: "Aniquilar os cães britânicos, extinguir o veneno da independência de HK (Hong Kong)".
A AFC entendeu que a mensagem era discriminatória e enquadrou o time no Código de Ética da entidade, de acordo com comunicado emitido nesta quinta-feira. A infeliz provocação veio por conta da ascensão de um movimento que exige a separação total de Hong Kong da China.
Ex-colônia britânica, Hong Kong é considerada uma região semiautônoma desde 1997, quando foi devolvida à China. Os separatistas querem a independência para evitar o poder de influência política e econômica de Pequim sobre questões internas.
Além do Guangzhou Evergrande, outros dois times asiáticos também vão enfrentar processos da AFC por situações similares envolvendo mensagens discriminatórias por parte das torcidas: o Kawasaki Frontale, do Japão, e o Nejmeh SC, do Líbano.
A equipe japonesa vai responder ao processo depois que torcedores levantaram uma bandeira de guerra que o exército nipônico utilizava durante a Segunda Guerra Mundial. O fato ocorreu na vitória por 1 a 0 obtida fora de casa sobre o Suwon Bluwings, da Coreia do Sul, também pela Liga dos Campeões da Ásia. O objeto é considerado por muitos uma lembrança de um período em que o Japão atacou diversos países asiáticos. Entre eles, a Coreia do Sul.
No Líbano, o Nejmeh SC vai enfrentar um processo da AFC por causa de problemas na segurança e incidentes envolvendo a torcida no empate por 1 a 1 com o Al Wehdat, da Jordânia, em partida pela Copa da Ásia, no último dia 17 de abril.