Times paulistas passam por janela sem perder grande nomes

Após fim das transferências na Europa, clubes seguram principais jogadores

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Por Ciro Campos e Gonçalo Junior
Atualização:

Os clubes paulistas "sobreviveram" ao encerramento da janela de transferências na Europa sem perder grandes nomes, como ocorreu nos últimos anos. Em alguns casos, até disseram "não, obrigado" às propostas. O Corinthians, por exemplo, recusou R$ 14 milhões por Rodriguinho; o Palmeiras não quis os R$ 27 milhões que o Spartak Moscou ofereceu por Róger Guedes. Já o São Paulo tinha propostas de R$ 90 milhões por David Neres, Lyanco e Luiz Araújo, mas vendeu somente Neres por cerca de R$ 40 milhões. 

Fora do Estado, também teve quem conseguiu resistir. O Grêmio vendeu Walace, mas segurou Geromel e Luan. O Fluminense recusou R$ 30 milhões oferecidos pelo Ajax (Holanda) pelo atacante Richarlysson.

Saída de Neres ao Ajax foi uma das raras transferências nesta janela Foto: Rubens Chiri/Divulgação

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Vários fatores explicam essa "resistência". Um deles são as características desta janela de transferências, considerada fraca para os clubes europeus, pois eles estão no meio da temporada. A maioria poupa recursos para a janela (principal) de verão. 

Em relação ao assédio chinês, o Brasil já não é mais a primeira opção. "Os brasileiros se tornaram menos atraentes para os chineses, pois eles possuem recursos financeiros para buscar estrelas europeias", explica Eduardo Carlezzo, advogado especialista em transferências internacionais de jogadores. 

Os clubes vivem situação peculiar do ponto de vista financeiro. Eles continuam precisando vender atletas, as dívidas persistem, mas não estão tão afobados. "Decidimos apostar no grupo. Achamos que era mais importante manter a equipe para poder dar um salto grande e conquistar títulos", disse ao Estado o presidente do Santos, Modesto Roma Junior. 

O Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) permitiu o refinanciamento das dívidas fiscais das agremiações. Isso desafogou o caixa da maioria dos clubes. 

Alguns ainda estão recebendo as parcelas de vendas antigas, como o Palmeiras, por Gabriel Jesus, e o Santos, por Gabriel. Além disso, a transferência de jogadores não é a principal fonte de receita dos clubes. De acordo com a consultoria BDO, o direito de transmissão responde por 40% dos rendimentos. As vendas de atletas, por apenas 17%. 

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Assim como o Santos, o Palmeiras usa a participação na Libertadores como atrativo para os jogadores. "A solidez do projeto, a credibilidade e a estrutura de ponta permitiram ao Palmeiras ter uma ótima imagem no mercado", disse o gerente de futebol, Cícero Souza.

 Foto: Arte/ Estadão
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