Tira-teima de Corinthians e São Paulo

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Por Agencia Estado
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Depois de 125 jogos disputados desde o dia 19 de janeiro, com 467 gols marcados (média de 3,7 por jogo), o Torneio Rio-São Paulo termina neste domingo, às 16 horas, no Morumbi, com a decisão entre Corinthians e São Paulo. O time do Parque São Jorge, beneficiado pela vitória na primeira partida (3 a 2), há uma semana, precisa do empate para ficar com o título. A missão do São Paulo é mais complicada. Terá de vencer por dois gols de diferença para não depender do critério do desempate dos cartões (vermelho ou amarelo). O cartão realmente poderá decidir o campeão. No jogo anterior, cada time levou dois amarelos. Assim, se o São Paulo vencer por um gol de diferença, as equipes empatam no saldo de gols, e o título ficará com quem levar menos cartões na partida. Se prevalecer o empate, o Corinthians ficará com o título: tem a melhor campanha na primeira fase do torneio. O Corinthians tem a melhor defesa da competição com apenas 18 gols sofridos em 18 jogos (média de 1 por jogo), enquanto o São Paulo é dono do melhor ataque com 52 gols e tem o artilheiro do torneio, França, que já marcou 19. O clássico estará recheado de atrações. Cinco jogadores que estarão da Copa do Mundo participarão do confronto. Os goleiros Dida e Rogério Ceni, o lateral-direito Belletti, o volante Vampeta e o meia Kaká. O volante Maldonado defende a seleção chilena, que está fora do Mundial. Além de decidir o campeão, o jogo deste domingo se transformou num tira-teima particular. O Corinthians, que já eliminou o São Paulo da Copa do Brasil, venceu também duas vezes no Rio-São Paulo: por 3 a 1 e 3 a 2. O São Paulo imagina dar o troco no rival, enquanto o técnico Nelsinho Baptista espera dar uma resposta à diretoria do clube justamente no último e decisivo jogo. A ?bronca? dos jogadores com o Corinthians só não é maior do que o desejo de vingança de Nelsinho contra seu próprio diretor de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, responsável direto por seu repentino pedido de demissão. A rivalidade histórica entre as duas agremiações é outro quesito que galvaniza o clássico ainda mais. O jogo deste domingo é o último de uma série de cinco, em pouco mais de quatro meses. A vantagem do Corinthians é indiscutível: em quatro jogos, três vitórias (3 a 1, 2 a 0 e 3 a 2) e uma derrota (2 a 1). Agora é a chance da vingança tricolor. Se o Corinthians chega ao último jogo do Rio-São Paulo embalado e com a vantagem conquistada na primeira partida, ao mesmo tempo o time traz seqüelas inerentes à ótima campanha nesta temporada: estresse emocional, cansaço, excesso de responsabilidade. O estresse deriva da sucessão de 15 jogos, quase todos colocando em risco o futuro nas competições. O cansaço é pelo sufoco da quarta-feira passada, quando correu demais para vencer o Brasiliense, enquanto o São Paulo descansava. A pressão talvez seja a maior ameaça no ar. Se o Corinthians deixar escapar o título do Rio-São Paulo, sofrerá conseqüências também na decisão da Copa do Brasil, na quarta-feira, em Taguatinga. As palavras do técnico Carlos Alberto Parreira foram significativas: "Nosso trabalho mais importante é ganhar fora de campo: motivando o grupo, lembrando que não podemos contar só com a vantagem para ganhar o título, revisando tudo o que foi feito ao longo desses quatro meses. O resto, é conseqüência". A grande dúvida no São Paulo é o ataque. Se Kaká garantiu escalação desde o coletivo de quinta-feira, a volta de França ainda vai depender do que disserem os médicos. Mas o drama da equipe continua sendo a defesa. O zagueiro Émerson caiu em desgraça no clube e perdeu o lugar para Reginaldo. Nelsinho, no entanto, planeja manter o suspense até a chegada ao Morumbi.

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