Tite completa um ano na seleção invicto e com vaga na Copa de 2018

Técnico do Brasil conquistou nove vitórias seguidas e leva equipe ao Mundial da Rússia

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan e Rio de Janeiro
Atualização:

A seleção brasileira treina nesta segunda-feira pela primeira vez em Melbourne, na Austrália, onde na próxima sexta-feira enfrentará a Argentina e, quatro dias depois, os donos da casa. Os amistosos marcarão o aniversário dos primeiros 12 meses de Tite à frente do time nacional. Sob a batuta do treinador, a equipe registrou nove vitórias consecutivas, recuperou a liderança do ranking mundial da Fifa e se classificou para a Copa do Mundo de 2018.

Tite foi anunciado oficialmente como técnico da seleção em 20 de junho do ano passado, seis dias após Dunga ser demitido devido à péssima campanha na Copa América Centenário – o Brasil acabou eliminado na primeira fase – e à situação preocupante nas Eliminatórias. À época, a seleção brasileira ocupava a sexta colocação e estava fora da zona de classificação para o Mundial da Rússia.

Com a seleção já classificada para a Copa do Mundo, Tite irá dar chances a novos jogadores Foto: Fabio Motta / Estadão

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Ao assumir, Tite demonstrava um misto de felicidade e preocupação. Ao mesmo tempo em que dizia estar realizando um sonho por treinar o Brasil, era realista em relação ao trabalho duro que teria na terra árida deixada pelo seu antecessor. 

“O foco é a classificação ao Mundial, e não estamos em uma zona de classificação. Vamos trabalhar em cima disso”, disse, em sua primeira entrevista como técnico da seleção. “Claro que o Brasil corre risco (de ficar fora da Copa). Estou aqui porque infelizmente o resultado não veio. É fato real.” 

Tite também soube se distanciar do chefe Marco Polo del Nero, investigado nos EUA e Suíça por supostamente participar de esquemas ilícitos da CBF – seu padrinho e antecessor José Maria Marin está preso nos EUA.

Em campo, na parte que lhe pertencia, Tite tinha de passar pelo Equador na altitude de Quito e depois Colômbia, na Arena Amazônia, como primeiros desafios. As duas equipes estavam à frente do Brasil na tabela. A estreia com 3 a 0 sobre os equatorianos serviu de alento, e a vitória na sequência por 2 a 1 sobre os colombianos deixou a impressão de que a seleção começava a voltar aos trilhos.

A partir daí, o Brasil recuperou o apoio e carinho da torcida, voltou a se impor em campo e emendou uma sequência inédita de vitórias. Foram oito seguidas nas Eliminatórias, além do 1 a 0 sobre a Colômbia, em janeiro desde ano, em amistoso beneficente – realizado no Engenhão, Rio, apenas com atletas que atuavam no País.

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Os bons resultados fizeram Tite se tornar uma unanimidade nacional, algo raríssimo no futebol brasileiro nos últimos anos. Nas redes sociais, memes começaram a surgir com o treinador usando a faixa de presidente da República. Mais do que brincadeira e afronta à Brasília, muitos brasileiros chegaram a considerar a possibilidade como algo real – em março, um instituto de pesquisas apontou que Tite seria votado por 15% dos brasileiros se decidisse concorrer à presidência. O técnico classificou a ideia como “irresponsabilidade”.

Em campo, as vitórias fizeram o Brasil se tornar a primeira seleção do mundo a garantir vaga na Copa de 2018 – além, é claro, dos donos da casa. Com o Brasil confirmado no Mundial, o treinador completa seu primeiro ano à frente do time com a chance de fazer alterações e testes já visando a montagem do grupo que vai desembarcar no ano que vem na Rússia. Seu trabalho também resgatou o respeito da comunidade internacional, perdido após os 7 a 1 sofrido para a Alemanha. 

Os amistosos deste mês serão os primeiros que permitirão ao treinador fazer experiências, como ele próprio queria lá atrás. Sem Neymar, poupado e de férias após temporada no Barcelona, ele poderá avaliar como o Brasil se sai quando não puder contar com sua maior estrela.

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