PUBLICIDADE

Publicidade

Tite leva para a Copa base montada antes de estrear na seleção

Técnico terá na Mundial 14 jogadores chamados na primeira lista, número superior ao dos seus antecessores no cargo

Foto do author Marcio Dolzan
Por Ciro Campos e Marcio Dolzan
Atualização:

O torcedor brasileiro pode esperar variadas reações provocadas pela seleção brasileira durante a Copa do Mundo, menos a surpresa com as escolhas. Afinal, o técnico Tite mostrou neste trabalho de dois anos no comando da equipe uma característica incomum à de antecessores, ao ter na lista para a Rússia mais de 50% dos nomes presentes na sua primeira convocação.

A era Tite começou na seleção em agosto de 2016. Foram chamados para a viagem a Quito, no Equador, 14 dos 23 jogadores que agora integram a lista para o Mundial. Na história da seleção brasileira, poucas vezes um treinador repetiu na convocação para a Copa tantos nomes que estavam presentes no passo inicial de seu trabalho.

Tite orienta elenco da seleção durante treino em Teresópolis Foto: Fábio Motta/Estadão

A comparação com a última Copa, por exemplo, deixa clara essa característica. Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção brasileira no período de preparação para a Copa de 2014 e elaborou a primeira lista no cargo com menos tempo de antecedência para o Mundial do que Tite. Ele convocou para o amistoso contra Inglaterra, em fevereiro de 2013, somente nove atletas que seriam chamados no ano seguinte para a Copa.

No ciclo anterior de preparação, o técnico Dunga estreou em agosto de 2006 com dez atletas que sobreviveriam até o Mundial da África do Sul. Uma manutenção de grupo similar à atual, somente no início do trabalho para a Copa de 2006. Com a seleção naquela época como atual campeã mundial, Carlos Alberto Parreira iniciou o trabalho em 2003 com algo em comum a Tite: 14 nomes se repetiriam depois na competição disputada na Alemanha.

"A equipe é um organismo vivo, ela fala. Por vezes te dá soluções que você não imagina. A equipe se forma e se consolida às vezes de uma forma que você não espera", justificou Tite no dia do anúncio dos convocados.

Publicidade

Antes do chamado final dos 23 escolhidos para a Rússia, o treinador fez dez convocações. Se na primeira delas já estavam presentes 14 nomes escolhidos para a Copa, outros quatro atletas ganhariam chance de ser observados logo nas duas listas seguintes, realizadas ainda no segundo semestre de 2016.

No ano passado o elenco brasileiro pouco se alterou. Quem conseguiu espaço com o treinador em 2017 foram os goleiros Ederson e Cássio, o zagueiro Geromel, o lateral-direito Danilo e, por fim, o meia Fred. Chamado pela primeira vez para as duas últimas rodadas das Eliminatórias, o jogador do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, chegou e não saiu mais.

"Fui a poucas convocações, mas eu vi que no treinamento a gente pode conquistar uma vaga. Joguei pouco tempo, dez minutos contra a Rússia, mas trabalhei sempre em alto nível, sempre pensando que poderia ter um lugar nessa lista", disse nesta quinta-feira em Teresópolis.

Mesmo nomes que não pareciam ser certos para o torneio na Rússia, como o lateral Filipe Luís e o atacante Taison, foram chamados desde a primeira lista do treinador.

A formação titular também é praticamente imutável. Dos 11 escalados na estreia de Tite, somente o machucado Daniel Alves, Willian e Renato Augusto não devem se repetir para o primeiro jogo na Copa, contra a Suíça, em 17 de junho.

INOVAR

Se a escalação do Brasil é conhecida, o problema é fazer agora a formação não se tornar facilmente anulada pelos adversários. A comissão técnica espera conseguir organizar surpresas ao longo desses 27 dias de preparação até a estreia.

Publicidade

"Vamos conseguir trabalhar alguns detalhes, virtudes e defeitos dos adversários. Treinar em posições e funções que ela possa exercer", disse Tite. Por enquanto ele ainda não pode contar com o grupo completo. Marcelo, Casemiro e Firmino disputam a final da Liga dos Campeões e se apresentam apenas na semana que vem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.