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Título da Copa América demonstra que renovação da seleção brasileira feminina vem dando certo

Comandadas de Pia Sundhage mostraram disposição no torneio sul-americano de futebol e terminam competição sem serem vazadas e com 100% de aproveitamento e estão garantidas no Mundial e nos Jogos Olímpicos

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Por Marcio Dolzan
Atualização:

Campeã da América pela oitava vez, a seleção brasileira feminina de futebol deixa a Colômbia com algo mais a comemorar além do título sul-americano. Ainda que seja importante considerar o baixo nível técnico de boa parte das adversárias, a campanha praticamente irrepreensível do Brasil demonstra que a renovação vem dando certo e que o time pode começar a vislumbrar conquistas maiores, da Copa do Mundo do ano que vem ao ouro olímpico nos Jogos de Paris-2024. 

Foi a primeira conquista sem algumas de suas históricas jogadoras, como Formiga e Marta - ela está machucada. Na Colômbia, o time comandado por Pia Sundhage não sofreu nenhum gol e ganhou todas as suas partidas até a conquista. Se não foi brilhante dentro de campo na concepção tática e técnica, não dá para reclamar da disposição das meninas.

Pia Sundhage comandou a seleção brasileira na campanha com 100% de aproveitamento do título da Copa América Feminina. Foto: Thais Magalhães/CBF

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O time ainda não está consolidado, e fato é que ainda se vê um degrau abaixo das principais potências da categoria, como Estados Unidos, Suécia e França, as três primeiras no ranking mundial da Fifa. Mas a seleção de Pia parece ter encontrado um norte, e a renovação das atletas é promissora. Vale ressaltar que o futebol feminino na CBF tem ganhado espaço e mais respeito do que em temporadas anteriores. Seu presidente, Ednaldo Rodrigues, estava na cerimônia de premiação das campeãs.

Nomes como a goleira Lorena, de 25 anos, as meias Angelina (22) e Duda Sampaio (de 21), e a atacante Kerolin (de 22) tiveram atuações seguras ao longo da competição e demonstram que o Brasil tem uma boa base até o fim desta década - afastando um pouco a apreensão da torcida desde a aposentadoria de Formiga, a saída de Cristiane e a incerteza sobre quanto tempo ainda poderá contar com a qualidade inigualável de Marta, que já está com 36 anos.

Invicta no gol, Lorena exaltou a defesa brasileira ao longo da competição e seu momento no time nacional. "Tem agregado muito na minha carreira, me deixa mais confiante, é uma experiência ótima, que vai me deixando com mais bagagem", disse a goleira, que defende o Grêmio.

A seleção brasileira conquistou a Copa América pela oitava vez. Foto: Thais Magalhães/CBF

Mas é nos setores de criação e ofensivo que residem as maiores esperanças para a equipe que representa um país que exige muitos gols. "Acho que evoluímos bastante em seguir o plano de jogo", disse Angelina. "Estamos conseguindo criar um entrosamento muito forte." Na final contra a Colômbia, o Brasil tomou sufoco. As donas da casa foram mais perigosas no segundo tempo, mas esbarraram no bom sistema defensivo do Brasil.

Uma das principais jogadoras do Brasileirão, Duda Sampaio estreou como titular da seleção principal na goleada por 6 a 0 diante do Peru, quando marcou um gol e foi muito elogiada pela treinadora. Antes, ela já tinha defendido a seleção pela equipe sub-20. "Graças a Deus, eu pude aproveitar a minha chance, jogando com tranquilidade e felicidade. Defender essa seleção é algo incrível, eu sabia que uma hora teria a oportunidade, estou muito feliz", disse a jogador do Internacional, outra representante de Porto Alegre. 

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O Brasil encerrou a Copa América Feminina de Futebol mais fortalecida para disputar o Mundial do ano que vem, que será jogada na Austrália e Nova Zelândia. Terá times mais bem entrosados pela frente. Muito mais do que ganhar sua oitava Copa América, a seleção festejou o direito também de estar nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Brasil, Colômbia e Argentina (terceira colocada após bater o Paraguai) estão garantidas na competição como forças sul-americanas para brigar pelo ouro na França.

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