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Título inédito? Os craques discordam

Por Agencia Estado
Atualização:

Ex-craques do peso de Tostão, Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Raul Plassmann, comemoram a provável conquista do título de campeão brasileiro pelo Cruzeiro, mas não disfarçam um certo incômodo com o rótulo de "inédito" que o acompanha. Campeões da Taça Brasil de 1966 pela equipe celeste em cima do Santos de Pelé, os ex-jogadores reivindicam o reconhecimento da conquista, na época equivalente à atual competição. "É como se nos tivesse roubado algo", reage o ex-goleiro da camisa amarela, que não se conforma com o fato de os títulos brasileiros serem assim entendidos somente após 1971. "Eu tenho a impressão de que o Cruzeiro vai ser bicampeão." A discussão ganhou corpo na reta final do atual Brasileirão e a diretoria do Cruzeiro já admite a possibilidade de mandar bordar duas estrelas amarelas na camisa oficial do clube caso a conquista deste ano se confirme. O diretor de Futebol, Eduardo Maluf, confirma que os dirigentes celestes estão tentando na CBF que os títulos da Taça Brasil sejam legitimados como conquistas nacionais. "A diretoria do Cruzeiro está trabalhando nisso". Para Raul, "se você coloca uma só estrela na camisa, você está admitindo que é um só título". E pergunta: "O Tostão não é campeão brasileiro? É o fim da picada." O próprio ex-centroavante da seleção tricampeã mundial no México, hoje comentarista esportivo, emenda dizendo que na sua opinião trata-se de uma "questão de formalidade". "Eu considero que fui campeão brasileiro", sentencia Tostão. "De direito, o Cruzeiro já é campeão (brasileiro)", reforça Piazza, salientando que a Taça Brasil era a única competição que possuía na época uma abrangência nacional e deu início a um "ciclo de ouro na história" do clube mineiro. Sua opinião é compartilhada por outro protagonista daquele triunfo. "Era o Campeonato Brasileiro. Na minha mente eu sou campeão brasileiro", afirma Dirceu Lopes. A veemência com que os ex-atletas destacam a importância do título, revela a repercussão que ele teve na época. Coincidentemente, foi há exatos 37 anos, no dia 30 de novembro de 1966, que o Cruzeiro recebeu o todo-poderoso Santos, no Mineirão, e aplicou uma impiedosa goleada, por 6 a 2. Na segunda partida da final, no dia 7 de dezembro, os mineiros venceram de virada, por 3 a 2, no Pacaembu. "Nenhum time daquela época tinha a audácia de superar o Santos em duas partidas", recorda Piazza. Raul faz um paralelo entre o time de 66 e o atual. "Havia muita arte naquela equipe comandada pelo Tostão e essa do (Vanderlei) Luxemburgo voa". Além da torcida, os ex-jogadores são unânimes na opinião de que o iminente título do Brasileirão-2003 seria um prêmio à campanha e à preparação da equipe celeste. "Eu acho que o Cruzeiro planejou essa conquista, preparou-se para esse título. Criou-se um ambiente de que esse era o ano do Cruzeiro", observa Tostão.

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