PUBLICIDADE

Todinho e Nescau comandam ataque do Santo André no Paulistão

Atacantes têm apelidos curiosos, começam a se entrosar e são esperança de gols do time do ABC no Estadual

Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

Em Santo André, se alguém perguntar por Gustavo Henrique Alves e Geremias Ribeiro Júnior, ninguém saberá dizer quem são. Mas todos conhecem Gustavo Nescau e Júnior Todinho. Os dois formam a dupla com os apelidos mais insólitos do Campeonato Paulista. Eles defendem o Santo André, têm em comum nomes inspirados em marcas de achocolatados e são esperança de gols do time do ABC paulista no principal Estadual do País.

“As pessoas nem sabem meu nome. É só Todinho”, diz o baiano de Vitória da Conquista, cansado após um dos últimos treinos antes da estreia no Paulistão. O atacante de 28 anos não conhece a razão do apelido, mas sabe que apareceu primeiro na boca de sua avó materna.

Júnior Todinho e Gustavo Nescau defendem o Santo André em 2022 Foto: Alex Silva/ Estadão Conteúdo

PUBLICIDADE

“Minha mãe me contava que minha avó me chamava assim. Eu não conheci minha avó, mas minha mãe falava que ela ficava falando em casa: ‘Cadê Todinho? Traz Todinho aqui’”, conta o jogador com o seu alegre sotaque baiano. “Todo mundo em Vitória da Conquista me conhece como Todinho”, completa.

Nescau tem uma história mais curiosa sobre o apelido que o acompanha. “Um grande amigo de infância me chamava de Nescau. Ninguém se importava muito. Só ele me chamava assim. Um dia, na base do Rio Claro, o pessoal me viu comendo Nescau e aí o apelido ganhou corpo’’, conta. “Mas foi no Marília mesmo que o apelido pegou. Tinha muito Gustavo no elenco e o treinador perguntou meu apelido. Eu, inocente, falei: Nescau. Aí já era”, explica o atacante natural de Piracicaba, no interior paulista. Ele tem a mania de comer puro o achocolatado em pó.

ANOS DE ESTRADA

Todinho é mais experiente e diz já ter “passado raiva com o futebol em um bocado de lugar”. Começou sua trajetória no Serrano, da Bahia. Em sua terra, atuou também no Vitória da Conquista e no Vitória. Depois defendeu Cuiabá, Juventude e Guarani, seu último time antes de chegar ao Santo André.

Nescau é jovem, tem 21 anos. O grandalhão de quase 1,90 m foi revelado pelo Rio Claro, e, no interior paulista, também vestiu a camisa do Marília. No ano passado, jogou a elite do futebol nacional ao defender o então debutante Cuiabá. Foram seis gols por lá.

Publicidade

Embora joguem perto do gol, os dois entendem que suas características se complementam e, por isso, podem atuar juntos. Todinho é leve e mais rápido. Nescau, alto e forte, tem porte de um típico centroavante. “Vai depender do Carpini”, diz Todinho, fazendo alusão à responsabilidade do técnico Thiago Carpini. “Eu acho que daria certo. Eu de segundo atacante e ele de centroavante.”

A amostra é pequena. Por enquanto, os dois jogaram juntos uma vez só. Foi em um jogo-treino em que o Santo André fez 3 a 1 no São José, em Guararema, e cada um marcou uma vez. A oportunidade ideal para estarem juntos, eles dizem, é contra o Corinthians, o único dos quatro grandes do Estado que o Santo André vai receber em seu estádio, o Bruno José Daniel, no Paulistão. O duelo está marcado para o próximo domingo, dia 30. “É a chance de fazer nosso nome”, resume Nescau. “Com fé, vamos fazer um bom Paulistão.”

REFORMA NA CASA

Administrado pela prefeitura, o estádio Bruno José Daniel ganhou algumas melhorias. A maior mudança está no piso. O campo antigo, costumeiramente alvo de críticas, deu lugar a um gramado sintético. A obra terminou em dezembro passado e a empresa responsável foi a Soccer Grass, a mesma que instalou o campo sintético no Allianz Parque. O investimento custou R$ 3,7 milhões à prefeitura, que também reformou os vestiários e colocou iluminação de LED.

PUBLICIDADE

Neste ano, o Santo André integra o Grupo D do Paulistão, ao lado de Red Bull Bragantino, Ponte Preta e Santos. A chave é considerada a mais forte do torneio. O “Ramalhão” caminha para a 27.ª participação no Estadual e está há três anos seguidos na elite do futebol paulista. O clube viveu seu auge em 2004, quando calou 70 mil flamenguistas no Maracanã e conquistou a Copa do Brasil.

O Santo André estreia no Paulistão amanhã, às 19h, contra o Botafogo, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, onde Todinho diz estar acostumado a balançar as redes. “Sempre faço gol lá”, explica, confiante em um bom começo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.