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'Torcedor comum' do Palmeiras fica de fora da primeira final

Ingressos disponibilizados para o jogo de Campinas ficam com as torcidas organizadas do clube alviverde

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Por Juliano Costa
Atualização:

José Patrício/AE - 02/03/2008 Torcedores da Mancha Alviverde durante jogo contra o rival Corinthians, no Estádio do Morumbi ATIBAIA - Parece incrível, mas a Mancha Verde, mesmo banida dos estádios pelo Ministério Público, conseguiu o que nenhum "torcedor comum" pôde sequer tentar buscar: um ingresso para o jogo contra a Ponte Preta, neste domingo, em Campinas. Veja também:  Vote: qual time vai ser o campeão de 2008?  Serviço: para quem vai à final Ponte Preta x Palmeiras  Denílson já se escala no lugar de Léo Lima  Ponte dribla espiões e esconde escalação   Sérgio Guedes: 'Ser treinador é muito desgastante'  Palmeiras empata com o Sport Recife por 0 a 0 no Palestra A torcida organizada recebeu diretamente do Palmeiras uma carga de mil ingressos para negociar com seus membros. O lote de 2.300 bilhetes que a Ponte destinou ao clube alviverde nem será comercializado. Está tudo "no esquema." "Era para termos recebido 2.600 ingressos, mas vieram só 2.300, a cota exata que havíamos separado para atender às encomendas que recebemos. Não vamos nem abrir as bilheterias. Tudo o que veio já foi repassado para a Mancha, a T.U.P. [Torcida Uniformizada do Palmeiras] e alguns conselheiros e convidados", disse Ebem Gualtieri, quarto vice-presidente do clube. O "torcedor comum", que não é diretor, conselheiro ou membro de organizada, ficou sem ter como comprar ingresso para apoiar o Palmeiras na decisão do Paulistão. "Infelizmente, não temos ingresso pra todo mundo." Gualtieri negou que haja privilégios à Mancha, que ficou com a maior parte do lote. "Não há privilégios! Pelo contrário, a Mancha só nos prejudica, sempre. Mas fizeram a encomenda e são palmeirenses também. Comprou, levou." O dirigente garantiu que a Mancha não teve desconto nos ingressos. "Pagaram R$ 40 por cada um, o preço de tabela." No site da organizada, desde quarta-feira há a chamada para a venda num lugar na caravana que vai a Campinas: por R$ 50, garante-se ingresso e transporte, desde que esteja com a mensalidade em dia. Gualtieri disse ainda que não teme nenhuma nota de repúdio do Ministério Público, responsável por ter banido a Mancha dos estádios - na prática, os integrantes da facção continuam indo aos jogos, mas "à paisana", sem camisas e bandeiras que os identifiquem como sócios da Mancha. "Eles estão suspensos, mas nós não temos nada a ver com isso. São palmeirenses. Não fazemos discriminação." No início da semana, Gilberto Cipullo, o segundo vice-presidente, havia dito ao JT que não sabia de nenhum esquema de ingressos com a Mancha. Desde maio do ano passado a Torcida Organizada teria deixado de ser bancada em viagens pelo clube. Gualtieri confirma que o Palmeiras não paga mais nenhum centavo à Mancha, mas diz que não vê nada de errado em reservar uma cota para a organizada. Há entre alguns conselheiros a suspeita que esse "sistema de "encomenda" seja a maneira como cambistas conseguem ingressos com facilidade diretamente no Palmeiras. Gualtieri prometeu apurar o caso. Além dos ingressos, a Mancha ainda receberá tratamento especial da Polícia Militar, que bolou um esquema especial para a chegada dos palmeirenses a Campinas. SEGUNDO JOGO Os ingressos para a segunda decisão, domingo que vem, começam a ser vendidos às 10h de terça-feira, no Palestra. Serão 25 mil para palmeirenses e 2.600 para ponte-pretanos (comercializados exclusivamente em Campinas). "Pela demanda de encomenda que recebemos, é bom correr, senão vai esgotar tudo nas bilheterias em menos de uma hora", disse Gualtieri.

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