Um torcedor do Flamengo foi preso em flagrante na noite de quarta-feira, 23, pelo crime de injúria racial. Wagner Marinho Tavares foi acusado de ofender um dos responsáveis pelo portão de acesso D do Maracanã, onde a equipe rubro-negra enfrentou e venceu o Botafogo por uma das semifinais da Copa do Brasil.
O caso aconteceu pouco antes de começar a partida, quando houve confusão em alguns dos acessos ao estádio – torcedores do Flamengo tiveram dificuldade em entrar mesmo com ingresso em mãos. Segundo relato de um funcionário terceirizado do Maracanã que não quis se identificar, Tavares teria dito que se ele não soubesse trabalhar nisso, “devia vender banana, porque eu era filho de preto”.
O torcedor foi encaminhado por soldados da Polícia Militar ao posto do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos instalado no Maracanã. Ele passou por audiência de custódia e responderá o processo em liberdade provisória. Wagner Marinho Tavares, contudo, terá que cumprir medidas restritivas.
Na audiência, o juiz Luiz Alfredo Carvalho Júnior determinou que o acusado ficará proibido de ir aos jogos do Flamengo por seis meses. Duas horas antes de cada partida, Tavares também deverá comparecer à Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte do Rio, e só poderá deixar o local após o término dos jogos. Ele também não poderá mudar de endereço residencial sem antes avisar ao juízo.
O Estado não conseguiu localizar o acusado. Em entrevista ao Globoesporte.com ainda na madrugada desta quinta-feira, um dos sobrinhos de Tavares, Yuri Tavares, negou a acusação ao tio. “Não foi assim como estão dizendo, estão criando uma confusão. A mulher e o padrasto dele são negros, ele tem duas irmãs negras, não existe racismo na nossa família”, sustentou.
Este foi o segundo caso de injúria racial registrado no clássico entre Flamengo e Botafogo. Na semana passada, na partida disputada no Engenhão, um torcedor do Botafogo foi detido por ofender familiares do atacante Vinicius Junior. Ele também terá que cumprir as mesmas medidas restritivas.
Além do caso de injúria, outras oito ocorrências foram registradas no Maracanã na noite de quarta-feira: quatro por cambismo, duas por desacato, uma por posse de entorpecentes e uma por porte de material explosivo.