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Torcedor quer R$ 500 mil de indenização

Por Agencia Estado
Atualização:

Um torcedor vítima da violência nos estádios de futebol está pedindo na Justiça R$ 511 mil de indenização. O metalúrgico Vanildo José Bogarjo, de 46 anos de idade, torcedor do Paulista Futebol Clube, de Jundiaí, foi atingido por uma pedra lançada de fora do estádio Dr. Jaime Cintra momentos antes da partida entre Paulista e Ponte Preta, válida pelas quartas-de-final do Campeonato Paulista, realizada no dia 20 de março de 2004. Em decorrência, sofreu traumatismo craniano, perfuração no tímpano e diversas fraturas. Na ação indenizatória, movida contra o Paulista Futebol Clube, o presidente do clube, Eduardo dos Santos Palhares e a Federação Paulista de Futebol, consta que o Estatuto do Torcedor não teria sido cumprido. "Ele não teve segurança dentro do estádio", afirma a advogada Luciana Zago Figueira, que entrou com a ação no Fórum João Mendes, em São Paulo. Segundo ela, o atendimento ao metalúrgico teria demorado e não teria sido conforme as determinações do Estatuto. "Ele foi socorrido por torcedores e levado até a ambulância por seguranças, tendo que passar pela torcida adversária para ser atendido, correndo sério risco", destaca a advogada. A diretoria do clube afirma ter prestado pronto-atendimento ao torcedor e arcado com os custos de internação hospitalar, assistência médica, medicamentos e uma assistente social, totalizando R$ 6.400,00. "Não podemos ser responsabilizados pela pedra arremessada de fora do estádio por torcedores de outro time, de outra cidade", diz o diretor de patrimônio do clube, Eduardo Pereira. "Se ele realmente tivesse motivos para entrar com uma ação indenizatória, teria que ser contra a Polícia Militar, que não tomou as devidas providências para evitar o incidente", defende-se o presidente do Paulista Futebol Clube, Eduardo dos Santos Palhares. De acordo com ele, na ocasião os policiais militares teriam conduzido os torcedores da Ponte Preta ao portão incorreto num momento inapropriado, o que teria causado a confusão. "O clube pagou pelos danos materiais logo após o incidente, mas ele tem sequelas até hoje e tem receio de entrar num estádio de futebol", diz a advogada. A Federação Paulista de Futebol informou por meio de sua assessoria de imprensa que o caso está sendo analisado pelo departamento jurídico. A assessoria de imprensa da Polícia Militar divulgou que a corporação deverá se pronunciar sobre o caso nesta quarta-feira. Após o incidente, o Paulista perdeu o mando de três jogos em casa e sofreu multa de R$ 50 mil, tendo que enfrentar o Palmeiras na semifinal em partida disputada em Araras, a 140km de distância de Jundiaí.

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