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Torcedora fanática, Hortência quer ajudar o Corinthians

Estrela do basquete dá sugestões para melhorar imagem do clube com o esporte amador

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Por Cosme Rímoli e do Jornal da Tarde
Atualização:

Em seus mais de vinte anos de carreira, a melhor jogadora de basquete da história do Brasil nunca vestiu uma camisa que representasse um clube grande de futebol. E ela sempre entendeu que, como na Europa, os esportes amadores no País ganhariam popularidade e evoluiriam se defendessem as cores de equipes grandes de futebol.   Veja também:  Crônica do jogo: Fluminense 1 x 1 Corinthians  Parceria com o MSI vai passar por CPI  Classificação  Últimos resultados / Próximos jogos   Pensando assim, Hortência se envolveu na eleição do seu time do coração, o Corinthians. "Olha, por favor, escreva direito. Eu sou amiga do Andres Sanches, falei para ele sobre as minhas idéias para as categorias amadoras do Corinthians. Mas não faço parte da chapa dele, não quero cargo no clube e também não quero a minha imagem usada por nenhuma candidatura. Mas acredito nas minhas idéias para o esporte amador corintiano."   Jornal da Tarde - Você faz parte da chapa do Andrés Sanchez para a eleição? Hortência - Não. Vamos deixar bem claro para evitar confusão. Eu sou conselheira do Corinthians e amiga do Andres. Conversamos e ele ouviu as minhas idéias. Acredito que chegou a hora de uma equipe grande tradicional de futebol explorar o seu potencial de popularidade no basquete, no vôlei, no boxe, na natação. O que for. O potencial é fantástico, lembra o que acontece na Europa (bons exemplos são Barcelona, CSKA, Panathinaikos).   Como isso pode ser feito? Evitando o que acontecia no passado. É só lembrar que alguns clubes tentaram criar equipes de basquete, vôlei e outras modalidades amadoras. O maior exemplo foi o Vasco. Mas sabe por que fracassaram? Porque quando falta dinheiro no clube, o primeiro lugar que decidiam fazer economia sempre foi no amador, porque não dá tanta popularidade.   O que propõe para o Corinthians? Simples: o futebol administrado completamente em separado do amador. Profissionais buscando recursos que, como manda a lei, viriam diretamente para um esporte determinado. O clube estaria proibido de mexer nesse dinheiro e aplicá-lo em outra modalidade. Se for para o basquete é para o basquete. E acabou. Dá para fazer isso no Corinthians.   Você defende a formação de um time de estrelas? Não. De jeito nenhum. No início é preciso montar uma equipe que misture jovens e jogadores com potencial. A camisa do Corinthians é muito forte. E a força da torcida também. O trabalho no basquete, no vôlei ou na natação começaria com calma, mas firme.   Você seria o símbolo desse time? Não. Vou deixa claro: eu dei a idéia, e o Andres gostou. Mas não vou tocar projeto nenhum. Não quero cargo, não vou estar à frente de nada. Colaboro para o meu time do coração como puder, mas de maneira descompromissada. E nem deixo usar a minha imagem, meu nome, nada. Colaboro como corintiana que acredita no esporte amador.   Você tem medo de se envolver no processo eleitoral do Corinthians? Medo, não. Mas não quero esse envolvimento nas eleições. Estou sim é decepcionada, assustada com todas as acusações e sujeiras que a Polícia Federal está investigando no Corinthians. Acho vergonhoso. E na minha cabeça é tudo muito claro: se o Dualib fez o que estão dizendo é para prender, jogar na cadeia. Ele e todos que se beneficiaram do Corinthians. Tudo me revolta muito e o lugar dessa gente é na cadeia e acabou.   Os 14 anos que o Dualib passou na presidência não foram demais? Acho que o poder e o tempo corrompem quem pode ser corrompido. Há presidentes e presidentes. O da Confederação de Vôlei (Ari da Graça) está há muito tempo (11 anos) e é tão competente que o esporte só melhora. Não me consta que houve desvio de dinheiro na CBV. No Corinthians a coisa foi complicada, e o presidente Dualib já deveria ter saído.   O que a deixou mais triste nas várias denúncias? Todas. Não dá para escolher a pior. Foi lamentável acompanhar as várias acusações contra o presidente de um clube que tem milhões de torcedores. E o reflexo de tudo isso foi para o time de futebol. Os jogadores acabaram sofrendo. O ambiente ficou horrível para trabalhar. Não dá para negar que a campanha ruim do Corinthians no Brasileiro está ligada ao que aconteceu com o Dualib. Quem é ou foi atleta sabe que se as coisas estão ruins na diretoria, vão refletir no time. Não tem jeito.   Você tentou e não conseguiu articular uma liga de basquete. Sim. E posso dizer que não consegui porque a Confederação Brasileira de Basquete não permitiu. Lá é um exemplo de um presidente que está no comando há anos e mantém o esquema de reeleição nas mãos. Assim como o Dualib fazia. (O presidente é Gerasime Bozikis que assumiu em 1997).   Você está esperançosa que a eleição no Corinthians mudará tudo? Tenho esperança, sim. Fiquei mesmo triste com o que aconteceu com o Corinthians. Os torcedores não tinham de passar por tanta humilhação. Espero que quem vencer consiga modernizar o clube e fazer uma administração limpa, transparente. Chega de roubalheira!

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