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Torcedores corintianos presos fazem reconstituição de tragédia em Oruro

Escoltados por 30 policiais, brasileiros são colocados, algemados, em três caminhonetes

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Por AE
Atualização:

ORURO - Depois de 59 dias, os 12 torcedores corintianos presos em Oruro, na Bolívia, participaram nesta quarta-feira de uma reconstituição dos momentos que antecederam a morte do torcedor do San José, Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador no primeiro jogo das equipes na Taça Libertadores, em 20 de fevereiro.Segundo o canal SporTV, os torcedores deixaram a penitenciária de San Pedro no meio da tarde e foram ao estádio para indicar onde estavam no momento do disparo do sinalizador. Escoltados por 30 policiais, os torcedores foram colocados, algemados, em três caminhonetes. O trajeto levou menos de cinco minutos. Todos foram levados até a arquibancada. Cinco dos suspeitos afirmaram que não estavam dentro do estádio no momento do disparo do sinalizador. "Essa é a novidade para a promotoria", afirmou Alfredo Santos, promotor responsável pelo caso, que não deu valor algum ao depoimento do menor de 17 anos, que quatro dias depois assumiu, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, o disparo do sinalizador, além de dar depoimento para a polícia de São Paulo. A inspeção ocular, uma espécie de reconstituição informal, que durou cerca de 90 minutos, foi um pedido da defesa e deveria ter sido feita na semana passada, mas pela falta de peritos foi adiada. Desta vez, a imprensa não teve autorização para acompanhar o procedimento. O promotor alegou que o caso envolve um menor de idade e as leis bolivianas não permitem que informações sejam divulgadas.O advogado Sergio Marques, que está morando em Oruro e auxilia na defesa dos torcedores, disse que a promotoria tem até 72 horas para divulgar o resultado da inspeção. Ele não quis gravar entrevista. Sergio disse que a versão dos torcedores não é tomada automaticamente como verdade, mas será levada em consideração pela promotoria. Os torcedores corintianos, no período em que estão presos, reclamaram do tratamento e afirmaram que sofriam castigos e vários deles estariam doentes, sofrendo entre outras coisa com micoses.

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