Torcida organizada do Santos critica PM após punição por protestos contra Peres

Polícia não permitiu que os torcedores estendessem suas faixas e bandeiras na partida contra a Ponte Preta

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Por Redação
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Maior organizada do Santos, a Torcida Jovem criticou a Polícia Militar após ser impossibilitada de estender faixas e bandeiras na Vila Belmiro por tempo indeterminado. A punição, anunciada na quinta-feira e que já valeu na partida contra a Ponte Preta, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, partiu do Sexto Batalhão de Polícia Militar do Interior por conta das manifestações do grupo à frente do estádio e do CT Rei Pelé, em Santos, no último dia 23.

Desde o dia 20 de julho, diversos protestos coletivos e isolados direcionados ao presidente José Carlos Peres aconteceram tanto na Baixada Santista, quanto na Grande São Paulo. No primeiro, um grupo de cerca de 30 torcedores chegaram a cobrar pessoalmente o dirigente no Santos Business Center, sede santista na capital, no único encontro recente entre os torcedores e o mandatário.

Torcida organizada do Santos critica PM após punição por protestos contra Peres Foto: Alex Silva/Estadão

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A partir daí, outros atos aconteceram durante as duas últimas semanas em pontos espalhados de São Paulo, na porta do prédio onde mora Peres, inclusive com pichações no muro do local pedindo a sua renúncia, e o do último dia 23, que culminou na determinação da punição à torcida.

Em nota oficial em suas redes sociais, a Torcida Jovem admitiu consternação pela punição e alegou cerceamento de direitos, como liberdade de expressão e ir e vir, mencionando inclusive o Ato Institucional Número Cinco, instaurado em 1968, durante a ditadura militar.

"Diante disso, fica visível a tentativa de transformar atos constitucionais em cerceamento de direitos através de uma decisão com caráter unicamente punitivista. Durante um período obscuro do Brasil, a liberdade de locomoção sofreu limitações graças à emenda constitucional radical adotada pelo presidente da época, Artur da Costa e Silva, em dezembro de 19689, o Ato Institucional Número Cinco (AI-5)", disse um trecho do comunicado.

"Entre as suas diversas arbitrariedades, as que atacam o direito de ir e vir eram, principalmente, a ilegalidade das reuniões políticas não autorizadas pelo Estado e os toques de recolher que foram implementados em todo o país. Decisões arbitrárias não irão nos calar e nem nos intimidar", completou a nota.

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