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Torcidas declaram guerra em São Paulo

Após uma briga com os são-paulinos da Independente, na manhã deste domingo, na Marginal do Tietê, integrantes da palmeirense Mancha Alviverde prometem que vai ter ?sangue?.

Por Agencia Estado
Atualização:

"Querem sangue, querem morte? Vão ter." A promessa foi feita por Paulo Serdan, presidente da Mancha Alviverde, torcida organizada palmeirense: "A gente tentou conversar e não deu, eles não querem papo. Cansei de bater na cara desses caras, são-paulino é tudo bunda mole. Tão querendo guerra? Quem puder mais vai chorar menos", ameaça Serdan, que prevê a reabertura da temporada de guerra entre torcidas. Sérgio Mantovani, de 27 anos, diretor da torcida palmeirense, completa. "A temporada vai ser quente. Eles vão ter o que merecem. É só passar essa confusão", disse ele, ainda no 28º Distrito Policial, da Freguesia do Ó, onde cerca de 150 torcedores, entre palmeirenses da Mancha Alviverde e são-paulinos da Torcida Independente foram parar depois de uma briga na Marginal Tietê, com direito a muita pancadaria e um saldo de cinco feridos, três em estado grave. A confusão aconteceu por volta das 9 horas deste domingo, próximo da Ponte do Piqueri, quando se encontraram os cinco ônibus que levavam as torcidas para o jogo entre as duas equipes em São José do Rio Preto (440 km da capital paulista). Segundo as torcidas, havia uma combinação prévia de roteiro para evitar problemas. Os torcedores do São Paulo iriam pela Rodovia dos Bandeirantes e os do Palmeiras pela Anhangüera. A polícia os escoltaria na Marginal Tietê. Esse é o único ponto em que os briguentos concordam: a prometida escolta não apareceu. Os ônibus acabaram emparelhados na Marginal, próximo da Ponte do Piqueri, e os torcedores começaram a trocar os habituais insultos. Os motoristas dos ônibus foram obrigados a parar e a briga começou. Os torcedores se valeram de paus, pedras, tijolos e ferros. Na confusão, alguns torcedores juraram que tiros foram disparados. A Polícia não encontrou armas. Acusações - Os palmeirenses juram que foram vítimas de uma emboscada dos adversários. "A gente foi emboscado pelos caras do São Paulo", acusa Angelo Vinticinco Neto, 20 anos, diretor de Patrimônio da Mancha. "Eles estavam no trajeto combinado", garante a advogada da torcida palmeirense, Silvia Chioroglo. Dois torcedores são-paulinos, que estavam no ônibus e não quiseram se identificar, afirmaram que "tínhamos uma mulher de 65 anos a bordo, a gente não foi procurar encrenca." A advogada deles, Claudia Bernasconi, afirmou que os integrantes da Independente é que foram as vítimas. "Quando os ônibus estavam saindo, foram dados telefonemas para a sede. Eram pessoas que queriam informações sobre os trajeto. Eles foram emboscados", revela a advogada. "Foi difícil chegar a quem fez o quê", explica Marco Carreiro, delegado de plantão do 28º DP, onde a ocorrência foi registrada por lesão corporal dolosa, rixa e disparo de arma de fogo (as penas podem variar entre um mês a quatro anos de prisão). Inicialmente, o delegado pensava em registrar a ocorrência como tentativa de homicídio. Mas mudou de idéia à medida que foi ouvindo os depoimentos. Marco Carreiro lamenta a nova escalada de violência entre as torcidas: "Tenho saudade do tempo em que xingavam a mãe deles ou a do juiz e ficava tudo por isso mesmo." Feridos - Os dois lados sofreram baixas. Gilliard Gomes Marcelo, torcedor do São Paulo, de 20 anos, foi internado na Santa Casa, com suspeita de fratura craniana. Os palmeirenses contaram que Henrique Sabino dos Santos, de 15 anos e 120 quilos, não conseguiu correr e apanhou muito - foi internado em hospital da região, assim como Vinícius Santos Lisboa, de 17 anos, e Jefferson Conceição, de 21 anos, e Evandro Alves de Oliveira, que teve a boca arrebentada por uma pedrada. Sidney Pereira da Silva, 27 anos, foi levado a exame residuográfico, para ser averiguado como autor de supostos disparos. Caso a suspeita seja confirmada, ele pode ser indiciado por tentativa de homicídio, se for comprovado que abriu fogo contra os palmeirenses, como eles afirmam, ou por disparo de arma de fogo, se atirou realmente para cima, como diz a torcida do São Paulo. Dois torcedores foram indiciados por lesão corporal dolosa: José Dilson Henrique, 32 anos, e Edson Amaral dos Santos, 18. O menor W.P.L.S.S., 16 anos, também foi enquadrado. Os torcedores foram dispensados entre 13 e 14 horas. Com uma única reclamação: perderam o jogo.

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