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Transparência Internacional propõe reformas à Fifa

Por BRIAN HOMEWOOD
Atualização:

A Fifa deveria limitar o número de mandatos dos seus dirigentes, criar um órgão independente para analisar denúncias de corrupção e "abraçar a transparência", disse na terça-feira a entidade Transparência Internacional (TI). A ONG disse que, apesar de recentes medidas adotadas, a entidade que comanda o futebol internacional ainda dá a impressão de ser gerida "como uma rede de velhos garotos". A Fifa reagiu prontamente às críticas, emitindo uma nota em que diz: "O presidente da Fifa já declarou publicamente em outubro de 2010 que a Fifa irá demonstrar tolerância zero com qualquer forma de corrupção no futebol." "Embora a Fifa admita que há trabalho a ser feito, ela está convencida de que as medidas que foram implantadas e a direção que foi tomada ajudarão a fortalecer ainda mais a governança da Fifa em cooperação com o Comitê Executivo da Fifa, as associações afiliadas, as confederações e outros envolvidos na Fifa." A TI disse que o órgão fiscalizado deveria ser composto por pessoas de fora do futebol (estadistas eméritos, empresas e sociedade civil) e de dentro do esporte (inclusive jogadores, dirigentes do futebol feminino, árbitros e torcedores) "A Fifa diz que quer se reformar, mas sucessivos escândalos de suborno levaram a confiança do público na entidade ao seu menor nível histórico", disse Sylvia Schenk, consultora-sênior da TI para os esportes. "Trabalhar com um grupo supervisor - recebendo seus conselhos, dando-lhe acesso, permitindo que participe em investigações - irá demonstrar se haverá uma mudança real. O processo tem de começar agora", disse ela. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, já prometeu criar uma comissão fiscalizadora, e citou como possíveis integrantes o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger e o tenor espanhol Plácido Domingo. Em seu relatório, a TI, que tem sede em Berlim e é conhecida por fazer um ranking da percepção de corrupção em cada país, disse que "a Fifa é ao mesmo tempo uma organização não-governamental e não lucrativa e uma companhia global com enorme faturamento, um alcance sem precedentes, influência política e enorme influência social mundial". Apesar disso, prossegue o texto, sua direção só se reporta às 208 federações afiliadas, que elegem o presidente da entidade e se beneficiam da distribuição das suas verbas. A Fifa enfrentou vários escândalos de corrupção no ano passado. Em novembro, dois membros do Comitê Executivo foram banidos por suspeita de tentarem vender seus votos na escolha das sedes das Copas de 2018 e 22. No mês passado, o presidente da Confederação Asiática de Futebol, Mohammed Bin Hammam, também foi banido do futebol por supostamente tentar comprar votos na eleição para a presidência da Fifa, em junho, quando ele era candidato. Jack Warner, influente membro do Comitê Executivo, renunciou depois de ser colocado sob investigação pelo mesmo episódio.

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