Publicidade

Três goleiros em busca de recuperação

Higuita, Chilavert e Barthez tinham em comum o fato de serem goleiros famosos. Agora, se aproximam em função do momento de instabilidade que enfrentam.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

René Higuita, Jose Luiz Chilavert e Fabian Barthez tinham em comum o fato de serem três dos goleiros mais conhecidos do mundo. Agora, se aproximam também em função do momento de instabilidade que enfrentam. O trio está por baixo e busca dar a volta por cima no que lhes resta de carreira. A situação mais constrangedora é de Higuita. O colombiano ficou famoso, desde o fim dos anos 80, pela cabeleira exótica e pelo estilo ?maluquinho?. Suas defesas espalhafatosas e a mania de sair driblando adversários divertiram torcedores, embora tenham custado eliminação na Copa de 90, contra Camarões. Agora, com 36 anos e em claro declínio, Higuita recebe mais um golpe. Tudo porque deu positivo o exame antidoping a que se submeteu em 1º de setembro, na partida que sua equipe, o Deportivo Pereira, fez com o Deportivo Cáli, pelo Campeonato da Colômbia. Os traços de cocaína encontrados na urina o levaram a ser suspenso por seis rodadas. ?Sou esportivamente inocente?, diz o jogador, que já marcou 50 gols e que não rebate com veemência o consumo de cocaína, que já lhe provocou transtornos. Em 91, foi criticado pela visita que fez, na cadeia, a Pablo Escobar, então chefão do narcotráfico em seu país. Dois anos mais tarde, ele mesmo passou um período preso, sob acusação de envolvimento em um caso de seqüestro. Chilavert ? Polêmicas e gols até hoje não faltaram também para Chilavert. O goleiro-artilheiro do Paraguai durante anos foi titular incontestado do Velez Sarsfield (Argentina) e da seleção de seu país. Os gols que marcava, as defesas espetaculares que fazia e as opiniões contundentes que emitia encobriram, durante muito tempo, temperamento difícil e rispidez no relacionamento com a imprensa e alguns colegas de profissão. A estrela de Chilavert se apaga. Aos 37 anos, já não tem a vitalidade de antigamente, fracassou com o Paraguai na Copa de 2002 e se deu mal em sua rápida passagem pelo Estrasburgo. Não encantou no time francês e ainda saiu brigado com a diretoria, sob a alegação de que não recebeu tudo o que tinha direito. Os cartolas do Estrasburgo rebatem, com o argumento de que foi o jogador quem não cumpriu com suas obrigações. Agora, se fala que pode ir para o Peñarol. O presidente do clube uruguaio, Pedro Damiani, confirmou telefonema que recebeu de Chilavert, marcaram encontro para segunda-feira em Montevidéu, mas só para ?conversar?, sem tratar de negócios. A imprensa uruguaia garante, todavia, que pode ser fechado acordo. Barthez ? O desafio mais recente de Barthez, aos 31 anos, é o de mostrar que ainda brilha, ?e muito?. Jacques Santini, o novo técnico da seleção campeã do mundo em 98, o convocou para a partida de sábado, contra a Eslovênia, pelas eliminatórias da Euro-2004, e o confirmou como titular, embora com restrições. O número 1 do Manchester United, um dos heróis da campanha história de quatro anos atrás, se sente desconfortável com as dúvidas do treinador. ?Superei o fracasso do Mundial deste ano?, garantiu Barthez. ?Há altos e baixos na carreira de qualquer um, mas há 11 anos venho provando minha qualidade?, ponderou. ?Pode haver mudanças em todos os setores do time que não me afetam. Trata-se de nova temporada e a torcida pode confiar em mim.? A questão principal, para os três, é saber se chegou o momento de parar. Talvez a resposta seja sim, no caso de Higuita e Chilavert. O francês Barthez teoricamente ainda tem mais estrada a percorrer.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.