Trinca de goleiros renomados vira base para título brasileiro do Palmeiras

Clube montou trio para criar disputa interna maior, elevar o nível e aos poucos promover experiência a Weverton, mais jovem entre os três

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Por Ciro Campos
Atualização:

O planejamento do Palmeiras para a temporada de 2018 teve uma inusitada escolha. O clube construiu um dos pontos fortes da campanha do título brasileiro graças à boa defesa e à aposta em trazer um outro goleiro renomado, mesmo com outros dois concorrentes já à disposição. Weverton deixou o Atlético-PR para se juntar a Fernando Prass e Jailson, em uma disputa pela titularidade que movimentou o time.

Em uma posição em que somente um nome joga, o Palmeiras passou a ter três boas opções. Prass e Jailson são ídolos da torcida pelos títulos em anos anteriores e passaram a ter como colegas Weverton, que tem no currículo a medalha de ouro pelo Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. O clube montou o trio para criar uma disputa interna maior, elevar o nível e aos poucos promover experiência a Weverton, goleiro mais jovem entre os três.

Weverton larga na frente na disputa pelo gol do Palmeiras em 2019. Foto: Fábio Motta/Estadão

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A dúvida sobre a titularidade no gol pairou na pré-temporada. O então técnico Roger Machado escolheu Jailson como titular no primeiro semestre, com Prass como reserva imediato. Nos treinos, porém, o nível dos goleiros era alto. Foi necessário mudar um pouco a definição de hierarquia. Jailson continuou dono da posição, porém passou a existir desde então um rodízio sobre quem ficaria como a segunda opção.

A rotação de vagas deu chance para todos serem testados ainda no primeiro semestre. Weverton jogou no Campeonato Paulista, Prass defendeu até pênalti na Copa Libertadores e Jailson se mantinha seguro no gol. A grande mudança veio em junho, pouco antes da Copa do Mundo da Rússia. O titular acabou expulso por reclamação ao fim do empate com o Flamengo, no Allianz Parque, e como Prass estava machucado, a chance foi para as mãos do ex-goleiro do Atlético-PR.

Weverton não saiu mais do time desde então. Quando o técnico Luiz Felipe Scolari se apresentou, em agosto, manteve a escolha. O jogador demonstrou segurança e não se intimidou em deixar no banco concorrentes bastante queridos pela torcida. "Não posso 'dar mole', porque tem dois caras querendo seu lugar, dois caras prontos e capacitados para estar ali também", comentou.

O novo titular do Palmeiras consolidou a titularidade com uma marca expressiva, ao passar nove partidas seguidas sem tomar gol. É a segunda maior série da história do clube, atrás somente dos 12 jogos acumulados por Zetti, em 1987. Weverton conseguiu a sequência logo no começo da suas aparições no time e, com isso, cresceu dentro da equipe. Jailson e Prass também tiveram chances para atuar no Brasileirão, porém não ameaçaram o status do novo dono da posição.

Para o próximo ano, Weverton sairá na frente na disputa pela titularidade, mas é provável que não tenha os mesmos concorrentes. Jailson, de 37 anos, e Prass, de 40, estão em fim do contrato e ainda não negociaram a renovação. É possível que um deles deixe o clube para a próxima temporada.

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