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Trio de ouro ofusca o resto da seleção

Por Agencia Estado
Atualização:

A expectativa para o jogo desta quarta-feira à noite entre Brasil e Paraguai é pelo desempenho dos três atletas mais badalados nas últimas semanas pela imprensa européia e brasileira. Cada qual a seu estilo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká ofuscaram o restante do elenco brasileiro desde a chegada a Assunção. Pouco antes do único treino antes do jogo, nesta terça-feira, Ronaldo e Kaká deram entrevista coletiva à beira do campo do estádio Defensores del Chaco. Para evitar tumultos, tiveram de falar separadamente. O primeiro a se aproximar das dezenas de câmeras e microfones foi Ronaldo. Ele arriscou dizer que a falta de entrosamento no ataque pode afetar a qualidade da seleção. Apesar de destacar o que considerou bom rendimento dos três jogadores em recente amistoso com a Irlanda. "Nas Eliminatórias todos temos de fazer sacrifícios. O Paraguai vai vir com tudo para manter a liderança. E vamos ser obrigados a dar tudo de nós para derrotá-lo", disse Ronaldo. Ele concordou com a afirmação de que os três atacantes brasileiros são, no momento, os jogadores que mais vêm se destacando na Europa e acrescentou que é preciso que eles mantenham o ritmo para conseguir títulos para os clubes e para a seleção. Pouco depois, não quis mais falar sobre seu desempenho no Real Madrid e o dos colegas no Barcelona, caso de Ronaldinho Gaúcho, e no Milan, de Kaká. "O desafio agora é outro: os três devem pôr em prática o melhor para ajudar a seleção", resumiu Ronaldo. Ronaldo encerrou a entrevista acenando para Kaká, que acabava de chegar. Com ar mais sério, menos propenso a brincar com os repórteres, o jogador do Milan teve de falar sobre como o ataque funcionará nesta quarta-feira. Explicou que a ordem do técnico Carlos Alberto Parreira é que cada componente do trio não ocupe o espaço do outro. Isso significa dizer que todos devem se movimentar o tempo todo. Kaká salientou que, devido às circunstâncias da partida com o Paraguai, a conversa no quarto, no refeitório e até mesmo no ônibus serve de reforço para o ?entrosamento? que não pôde vir por causa da falta de treinos. "Esse contato é fundamental, a gente analisa como cada um prefere jogar, troca informações e se enriquece com detalhes", disse Kaká. Com uma postura bastante tímida, ele comentou que não se deixa influenciar pelas comparações feitas com seu estilo de jogo. Contou que, no São Paulo, muitos afirmavam que ele lembrava Raí. E que agora, na Itália, já tem quem o trate como um futuro Platini ou um Van Basten. "Fico feliz por isso, porque essas pessoas já fizeram história. Alguns eu não vi jogar, o que torna difícil pra mim dizer se concordo ou não com as possíveis semelhanças." Kaká destacou as jogadas de bola aérea, que buscam o atacante Roque Santa Cruz, como as principais do Paraguai, além das cobranças de falta do lateral Arce. Para o jogador do Milan, o sistema de marcação é outro ponto forte do adversário. Ele ainda falou sobre os seus primeiros meses de Milão, após a transferência do São Paulo. Disse que já está adaptado ao futebol italiano e que notou uma diferença muito grande em pelo menos um aspecto do jogo. "A disciplina tática lá é muito rígida, enquanto no Brasil é quase tudo na base do improviso." Ronaldinho Gaúcho foi o último a falar. E não poupou elogios aos dois companheiros de ataque na seleção. "Me sinto feliz e orgulhoso de jogar ao lado de Ronaldo e Kaká", disse o jogador do Barcelona. Para o brasileiro que está encantando a Espanha com sua habilidade e os gols, o futebol de Ronaldo e Kaká tem duas grandes características em comum. "A força e a inteligência", avaliou Ronaldinho Gaúcho.

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