A Uefa rejeitou nesta terça-feira a ideia da cidade de Munique de iluminar seu estádio com as cores do arco-íris da comunidade LGBTQI+ para a partida entre Alemanha e Hungria, pela Eurocopa, em sinal de protesto contra uma lei aprovada na Hungria no dia 15, que proíbe a "promoção" da homossexualidade para menores. A lei foi aprovada com 157 votos a favor e um voto contra no parlamento controlado pelo partido de extrema direita Fidesz, liderado pelo primeiro-ministro Viktor Orbán. "De acordo com seus estatutos, a Uefa é uma organização politicamente e religiosamente neutra", afirma a confederação europeia em um comunicado. "Dado o contexto político do pedido - uma mensagem sobre uma decisão adotada pelo Parlamento nacional húngaro -, a Uefa deve rejeitar o pedido", completa a nota.
A entidade europeia, que afirma "compreender que a intenção é enviar uma mensagem para promover a diversidade e a inclusão", aceita, no entanto, a ideia e propõe datas alternativas para a iluminação do estádio com as cores do arco-íris: "Pode ser em 28 de junho - o Christopher Street Liberation Day (dia do Orgulho) -, pode acontecer entre 3 e 9 de julho, que corresponde à semana do Christopher Street Day em Munique", afirma a Uefa em seu comunicado.
Organizadora da Eurocopa, a Uefa recorda que há muitos anos faz campanhas a favor da diversidade e da igualdade no futebol.
"O racismo, a homofobia, o sexismo e todas as formas de discriminação são uma mancha em nossas sociedades, e representam um dos maiores problemas do esporte na atualidade. Comportamentos discriminatórios prejudicam as partidas, e fora dos estádios, o discurso na internet a respeito do esporte que amamos", afirmou a entidade, que no domingo anunciou a abertura de uma investigação por uma faixa homofóbica exibida em Budapeste durante o jogo entre Hungria e Portugal, na semana passada.
Na segunda-feira, a Federação Alemão de Futebol anunciou que concordava com a iluminação do estádio de Munique com as cores do arco-íris durante a Eurocopa, mas não necessariamente no dia da partida contra a Hungria. A ideia partiu da prefeitura de Munique, para enviar um "sinal visível de solidariedade com a comunidade LGBTQI+ da Hungria".
Munique se uniu desta maneira às vozes que, na Europa, condenam a política do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, considerada discriminatória contra as minorias sexuais.
Além disso, a Federação Alemã confirmou na segunda-feira que a Uefa autorizou o capitão Manuel Neuer a usar uma braçadeira em homenagem ao movimento LGBTQI+. A entidade europeia informou que não tinha razão para punir a Alemanha "considerando que o gesto promove uma boa causa".
Neuer usa a braçadeira arco-íris "em sinal de adesão de toda a Mannschaft aos valores da diversidade, abertura, tolerância, contra o ódio e as discriminações", afirmou o porta-voz da seleção da Alemanha.