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Última partida profissional de Maradona completa uma década

Astro argentino participou do primeiro tempo da vitória de 2 a 1 do Boca Juniors sobre o River Plate

Por Enrique Escande e da Efe
Atualização:

Sem ter certeza de que aquela seria a partida que marcaria o fim de sua carreira, Diego Maradona fez sua última aparição em um campo de futebol como jogador profissional há uma década, em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de completar 37 anos e após 21 temporadas cheias de sucessos e polêmicas.   Veja também:  Maradona entrou definitivamente para a história na Copa de 86   O craque argentino participou do primeiro tempo da vitória de 2 a 1 do Boca Juniors sobre o River Plate no Estádio Monumental.   Poucas horas depois, fechado em sua casa, com dores físicas, encurralado pela droga e sem desejo de voltar a treinar, disse "não dá mais", colocando ponto final a uma grande trajetória nos campos.   Passados dez anos daquela data e superados vários incidentes que o deixaram à beira da morte, Maradona acaba de disputar esta semana uma partida de futsal no sul da província de Buenos Aires, diante de uma multidão que esgotou os ingressos para vê-lo novamente com a bola nos pés.   Aquela partida histórica foi a última derrota do River Plate antes de conquistar o Torneio Apertura do Campeonato Argentino de 1997. Naquele jogo, o Boca Juniors, além de contar com o melhor jogador argentino da história, contava com valores como o ainda juvenil Riquelme e o artilheiro Palermo.   Possivelmente esse resultado deve ter tranqüilizado Diego na hora de anunciar sua aposentadoria, já que eram muitos os que dizem que, por mais que não pudesse levantar as pernas, Maradona teria esticado sua carreira um pouco mais para se despedir com uma vitória diante do River.   Entretanto, o jogador estava pressionado por um caso positivo de doping que foi divulgado após uma partida anterior ao clássico - disputada contra o Argentinos Juniors - e já não tinha forças para continuar apesar de contar com um amparo judicial. Ele preferiu pendurar as chuteiras antes que voltassem a puni-lo.   A Associação de Futebol Argentino (AFA) o havia suspendido, mas Maradona foi à Justiça, onde denunciou que havia um complô contra ele. O juiz Claudio Bonadío emitiu uma decisão a seu favor, com o ex-camisa 10 se prontificando a passar por testes após cada jogo.   No dia 30 de outubro de 1997, data de seu aniversário, Maradona anunciou seu adeus definitivo como jogador, após sete tentativas anteriores frustradas.   No último jogo de Maradona como profissional, o Boca, dirigido então por Héctor Veira, entrou em campo da seguinte forma: Oscar Córdoba; Nelson Vivas, Jorge Bermúdez, Néstor Fabbri e Rodolfo Arruabarrena; Nolberto Solano, Diego Cagna, Julio Toresani e Diego Maradona; Diego Latorre e Martín Palermo.   Maradona foi substituído no intervalo por Riquelme, na época com apenas 19 anos. Já Caniggia entrou na vaga de Vivas, enquanto Cristian Traverso entrou na vaga de Latorre. Os gols saíram dos pés de Toresani e Palermo, enquanto Sergio Berti descontou para o River.   Uma partida em homenagem a Maradona foi disputada quatro anos depois no estádio de La Bombonera, em 10 de novembro de 2001, entre uma seleção argentina dirigida por Marcelo Bielsa e uma equipe de estrelas mundiais comandada por Alfio Basile e que contou com a presença do atacante brasileiro Careca. O time da casa venceu por 6 a 3.   Quase dois anos antes dessa partida, no início de 2000, o craque argentino esteve à beira da morte ao sofrer uma crise cardíaca na cidade uruguaia de Punta del Este e depois viveu vários anos em Cuba, onde se submeteu a um tratamento para tratar sua dependência das drogas.   Naquele período a sua vida foi um verdadeiro calvário, causado pelo consumo de cocaína que reduziu ao mínimo sua capacidade cardíaca e de decisão, e que o levou à ruína econômica.   O craque argentino chegou ao fundo do poço em 2004, quando uma recaída o deixou prostrado em uma clínica de Buenos Aires, em volta da qual se reuniu uma multidão, que expressou sua idolatria pelo jogador mais importante da história do futebol argentino.   Ele se recuperou, perdeu peso e se tornou um apresentador de TV bem-sucedido, mas no início de 2007 o álcool voltou a derrubá-lo.   Agora, Maradona continua acumulando capítulos polêmicos em sua vida. Pela enésima vez ele disse que está bem e que tem vontade de viver.   Títulos de Maradona: 1981: Torneio Metropolitano da Argentina - Boca Juniors 1983: Copa do Rei da Espanha - Barcelona 1983: Campeonato Espanhol - Barcelona 1984: Supercopa da Espanha - Barcelona 1987: Campeonato Italiano - Napoli 1987: Copa da Itália - Napoli 1989: Copa da Uefa - Napoli 1990: Campeonato Italiano - Napoli 1990: Supercopa da Itália - Napoli 1979: Mundial sub-19 no Japão - Seleção Argentina 1986: Copa do Mundo do México - Seleção Argentina 1993: Copa Artemio Franchi - Seleção Argentina   Participações em Copas do Mundo: 1982 (Espanha): 11.º lugar 1986 (México): Campeão 1990 (Itália): Vice-campeão 1994 (EUA): 10.º lugar   Prêmios e distinções: Artilheiro do Torneio Metropolitano da Argentina em 1978, 79 e 80; Melhor jogador do Mundial sub-19 em 1979, no Japão; Artilheiro do Campeonato Argentino em 1979 e 80; Troféu Olímpia de Ouro de melhor atleta argentino, outorgado pelo Círculo de Jornalistas Esportivos de Buenos Aires (CJE) em 1979, 80 e 86; Troféu Olímpia de Prata em 1979, 80, 81 e 86; Bola de Ouro de melhor jogador do ano, outorgada pelo Centro de Jornalistas Credenciados pela Associação de Futebol Argentino (AFA) em 1979, 80 e 81; Troféu de Melhor Jogador das Américas, outorgado pelo diário "El Mundo", de Caracas, em 1979, 80, 86, 89, 90 e 92; Bola de Ouro da Copa do Mundo de 1986, outorgada pela Fifa; Troféu "Onze" de Ouro de melhor jogador do mundo, outorgado pela revista francesa "Onze" em 1986 e 87; Prêmio de Jogador do Ano, outorgado pela "World Soccer Magazine" em 1986; Prêmio de Melhor Atleta Latino-Americano do Ano, outorgado pela agência Prensa Latina (Cuba), em 1986; Artilheiro do Campeonato Italiano em 1987; Artilheiro da Copa da Itália em 1988; Bola de Bronze da Copa do Mundo de 1990, outorgada pela Fifa; Melhor jogador argentino de todos os tempos, segundo a AFA, em 1993; Bola de Ouro pelo Conjunto da Obra, outorgada pela revista "France Football" em 1995; Troféu Olímpia de Platina de melhor atleta argentino do século XX, outorgado pelo CJE em 1999; Prêmio "Fifa Internet Award" de melhor jogador de todos os tempos, outorgado pela Fifa em 2000 após votação por internet; Argentinos Juniors dá a seu estádio o nome de Diego Armando Maradona em 2004;

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