Um dia para Romário reviver a glória

Sonhando chegar aos 1000 gols, atacante volta ao templo que o consagrou em 1994, quando liderou o Brasil na conquista da Copa, para enfrentar os Estados Unidos.

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Por Agencia Estado
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Romário marcou mais de 700 gols, ganhou inúmeros títulos e conquistou muitos prêmios. Em sua carreira vitoriosa, um campeonato e um lugar são especialmente lembrados, a Copa de 1994 e o Estádio Rose Bowl. Foi neste campo, em Pasadena, nos Estados Unidos, em julho, defendendo o Brasil, que ele levantou a taça de campeão do mundo, o maior feito de sua vida profissional. Neste sábado, tem a oportunidade de recordar e reviver a glória de quase sete anos atrás, quando a equipe derrotou a Itália nos pênaltis. Será o líder da seleção brasileira em amistoso contra os Estados Unidos, às 18 horas (de Brasília), no mesmo Rose Bowl. Aos 35 anos, pode ter a última oportunidade de jogar no estádio que foi palco de seu momento mais alegre, situado, curiosamente, no país que é do basquete, do beisebol, do futebol americano e do hóquei, menos do futebol. Hoje, ele treinou no local e já sentiu "um friozinho na barriga". "Vou ficar ainda mais ansioso na hora do jogo." Segundo o atacante, a conquista daquele mundial lhe valeu como um prêmio pelo esforço - foi considerado o melhor jogador da competição - e abriu as portas para novos desafios. "A adrenalina vai subir; é legal voltar ao lugar onde conquistei o título mais importante de minha vida." Mesmo estando mais velhinho, Romário não perde a pose, a fama nem o modo de agir. É o único atleta da seleção que parou para dar autógrafos nos dois dias em que a seleção está em Los Angeles. Os outros são completamente desconhecidos dos norte-americanos. Nos treinos, vem se dedicando bastante, porque quer provar ao técnico Emerson Leão que tem condições de disputar a Copa de 2002. É o que mais fala e brinca com os colegas. Fora do campo, também tem muito poder. É o dono da seleção. Coincidência ou não, bastou elogiar Ronaldinho Gaúcho para que o ex-gremista retornasse ao time nacional. "Ele é um dos poucos jogadores diferenciados do futebol atual", comentou, no fim do ano passado, em entrevista para a Agência Estado. Para Romário, os amistosos têm uma importância maior do que para muitos companheiros. O ´Baixinho´ quer aproveitar esses jogos para fazer gols e tentar alcançar uma meta que parece quase impossível, a marca dos 1000 gols. "Tenho isso em mente, mas sei que é uma missão bem difícil." Enfrentar os americanos, porém, nunca foi tarefa fácil para o atacante. Ele ainda não conseguiu marcar nenhum gol nos Estados Unidos. Na última partida, realizada em fevereiro de 98, pela Copa Ouro, o Brasil perdeu por 1 a 0 e foi eliminado do torneio. Romário desperdiçou inúmeras oportunidades de gol. "Tive umas seis chances, mas o goleiro (Kasey Keller) jogou muito bem e os Estados Unidos acabaram vencendo no fim." No retrospecto, contudo, os brasileiros são muito melhores. Venceram 6 dos 7 jogos disputados entre as duas seleções na história. O jogo deste sábado marca, também, o retorno de Cafu ao Rose Bowl. Ele e Romário foram os dois jogadores da atual seleção que estiveram na final do Mundial de 94. Os organizadores do amistoso calculam que pelo menos 40 mil pessoas prestigiem o jogo, embora nenhuma divulgação esteja sendo feita por parte da imprensa local. Os ingressos variam entre US$ 20,00 e US$ 40,00. A rede ABC de televisão transmitirá a partida para os Estados Unidos, apesar de saber que não conseguirá grandes índices de audiência mostrando futebol.

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