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Um mês após queda, Adalberto 'some' do São Paulo

Por Fernando Faro
Atualização:

SÃO PAULO - Há um mês, Adalberto Baptista nem poderia imaginar que seu futuro no São Paulo passaria pelo ostracismo e perda total de um poder que o transformara no escudeiro e homem forte de Juvenal Juvêncio. Mas a péssima fase do time e a troca de farpas com Rogério Ceni pesaram e o ex-diretor acabou demitido pelo presidente. Desde a queda, Adalberto, que inclusive era o preferido de Juvenal para ser lançado candidato à presidência, resolveu se recolher e tem evitado ao máximo participar da política do clube para não tumultuar ainda mais o já difícil momento enfrentado por seus antigos pares. Assim que deixou o cargo, o ex-dirigente tirou um período sabático e foi para os Estados Unido para descansar e se blindar das muitas críticas recebidas.Mesmo depois do retorno, tem conversado pouco com os ex-companheiros e tem dedicado a maior parte do seu tempo a cuidar dos seus negócios. Alguns diretores que tentaram contato só tiveram retorno depois de insistir muito. "Falei com o Adalberto algumas vezes nos últimos dias para saber das coisas e se ele está bem, mas ele não tem atendido muito o telefone. Quer se manter na sombra", disse um diretor que pediu para não ser identificado.A reportagem do Estado conseguiu contato com o diretor, mas o discurso foi basicamente o mesmo. Mesmo com os bombardeios de todos os lados que o acusavam de ser um dos responsáveis diretos pela maior crise da história do clube, Adalberto não quis rebater as acusações e pediu força para que o clube possa deixar essa situação. "Não vou falar porque você sabe como as coisas são, de repente sou mal interpretado e tudo que eu falar pode gerar repercussão. Agora é o momento de concentrar forças para o São Paulo sair dessa situação, não pretendo me posicionar", disse o ex-diretor.MELHORAAdalberto tinha críticas de praticamente todos os setores do clube pela postura expansiva em temas que extrapolavam o futebol. Funcionários do clube ouvidos pela reportagem diziam que o prestígio junto a Juvenal o fazia agir livremente em outros departamentos, o que incomodava outros membros da diretoria e gerava ciumeira. As reclamações também passam pela forma alegadamente truculenta com a qual ele abordava as pessoas e pela pouca margem ao diálogo. Funcionários do CT da Barra Funda, membros da diretoria e até mesmo jogadores se mostraram aliviados com a saída e garantem que o clima para se trabalhar hoje é muito melhor e mais leve apesar do time ainda estar na antepenúltima posição do Campeonato Brasileiro.

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