Um país sobre os ombros de Messi

Craque não repete na seleção as boas atuações do Barcelona e aumenta angústia dos argentinos

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Por Redação
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Messi não vem decidindo, a Argentina não consegue vencer nas Eliminatórias da América do Sul e a angústia com uma possível ausência da seleção na Copa, o que não acontece desde 1970, cresce entre os torcedores e futebolistas argentinos. Repousam nos ombros do craque do Barcelona a esperança de um país, para evitar um vexame esportivo e um prejuízo milionário, com ausência de patrocínios e premiações da Fifa.

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Cálculos divulgados pelo jornal Clarín, um dos mais importantes da Argentina, dão conta de que a federação de futebol do país, a AFA, recebeu US$ 25 milhões pelo vice conquistado no Brasil em 2014. Para a Copa da Rússia, a premiação fora aumentada em 22%. Caso fique fora do Mundial, os prejuízos devem superar o montante de US$ 20 milhões, cerca de R$ 65 milhões. 

Decisão será amanhã, contra o Equador, em Quito Foto: Victor R. Caivano/AP

Após o empate sem gol com o Peru na rodada passada, penúltima do torneio, os principais jogadores foram blindados, entre eles Messi. Apenas o técnico Jorge Sampaoli encara o fuzilamento de perguntas dos repórteres. Com 25 pontos conquistados em 17 partidas, a Argentina ocupa a sexta colocação na tabela de classificação. Se permanecer nesta posição após a última rodada estará fora da Copa-2018.

A decisão será amanhã, contra o Equador, em Quito. No domingo, a seleção viajou para Guayaquil, no litoral equatoriano, onde finaliza sua preparação para a grande partida.

Diante deste cenário nebuloso e de incerteza, só resta aos argentinos a matemática, pois nem mesmo uma vitória sobre Equador garante o país diretamente no Mundial da Rússia. Para terminar entre os quatro primeiros colocados das Eliminatórias e carimbar a vaga direta ao Mundial, a Argentina não depende mais só de si. 

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Teria de vencer o Equador e torcer por um dos seguintes resultados: derrota ou empate do Chile diante do Brasil; empate entre Peru e Colômbia; vitória do Peru sobre a Colômbia por uma diferença de gols inferior que a eventual vitória argentina. A Argentina pode ainda terminar as Eliminatórias na quinta colocação, o que a obrigaria a disputar uma a repescagem contra o campeão da Oceania, a Nova Zelândia. Para isso acontecer, basta vencer o Equador, sem se preocupar com outros resultados da rodada. Se não ganhar, volta a depender de rivais. 

O time de Messi não vence desde a 13.ª rodada, quando bateu o Chile por 1 a 0. Depois, perdeu para a Bolívia por 2 a 0, em La Paz, resultado que culminou com a demissão do então técnico Edgardo Bauza. Jorge Sampaoli assumiu o posto e a escassez de gols continuou: empate sem gol com o Uruguai, em Montevidéu; empate com a Venezuela por 1 a 1, em Buenos Aires; e outro empate por 0 a 0, desta vez diante do Peru. A Argentina tem o segundo pior ataque das Eliminatórias. Marcou apenas 16 gols, à frente apenas da Bolívia, com 14. O Brasil, melhor ataque, balançou as redes 38 vezes. 

O números são preocupantes para quem precisa vencer e marcar gols. Sampaoli testou duas alterações na equipe: o meio-campista Enzo Pérez e o atacante Salvio treinaram nas vagas de Banega e Gómez. “No pouco tempo de preparação que temos, buscamos criar relações entre os jogadores. Temos de evitar a anarquia no elenco, buscar mais relacionamento”, justificou o treinador.

A possibilidade de ficar fora da Copa do Mundo preocupa até mesmo ex-jogadores da Argentina. Mario Kempes, campeão mundial em 1978, refuta a tese de que os atuais jogadores do elenco não estejam rendendo o esperado por estarem pressionados. Parte dos torcedores e da imprensa argentina acredita que a pressão excessiva sobre Messi e os demais companheiros tem afetado o rendimento da equipe nas Eliminatórias. 

“Um Mundial sem a Argentina e sem Messi seria uma catástrofe. Agora dizer que o problema é psicológico? Não entendi. Se eles me dissessem que são caras que não têm experiência e que o chamam pela primeira vez na seleção, posso acreditar que estão assustados. Mas nessa situação, com esses jogadores, não há problema psicológico”, desabafou Kempes, em entrevista ao Diário Olé.