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Vadão perto de realizar maior sonho

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Por Agencia Estado
Atualização:

os 48 anos, o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, está a seis jogos de concretizar o mais difícil e gratificante trabalho de sua carreira. O criador do carrossel caipira no Mogi Mirim, em 1993, o descobridor do meia Kaká, astro do Milan, e o treinador que acreditou na recuperação do atacante Washington, artilheiro do atual Campeonato Brasileiro, Vadão sonha em colocar o Bahia de volta à Série A. A equipe baiana se classificou para o quadrangular decisivo da Série B, após ficar com uma das duas vagas, juntamente com o Avaí-SC. Se ficar entre os dois primeiros, garantirá vaga na elite do futebol nacional. "Será a coroação de um trabalho que começou dia 15 de janeiro", afirmou o técnico, paulista, nascido em Monte Brasil. Ele lembra que pegou um time desmantelado, desacreditado e humilhado pela péssima campanha no Brasileiro de 2003. Após a derrota por 7 a 0, na Fonte Nova, para o Cruzeiro, todo o elenco foi mandado embora e ele precisou "subir" 14 jogadores dos juniores. "Usamos o Campeonato Baiano para armar a equipe. Os jogadores mais experientes foram chegando e a base foi sendo formada", disse Vadão, que ficou com o vice-campeonato, perdendo para o rival Vitória. "A sorte é que a diretoria gosta de trabalhar com os jogadores de base." Para dar experiência ao grupo foram trazidos jogadores "rodados" como Reginaldo "Cachorrão" - que trabalhou com Vadão no São Paulo - Robert, campeão brasileiro com o Santos em 2002 - e Elivélton, ex-São Paulo, Corinthians e muitos outros clubes. "Mas eles foram chegando aos poucos, o que dificultou ainda mais o nosso trabalho", lembrou o treinador, que perdeu Elivélton após a terceira rodada. "Ele adquiriu uma infecção urinária, chegou a ser internado e só agora, cinco meses depois, está voltando aos treinamentos." Vadão fala com orgulho de ter lançado para o futebol nomes importantes como Rivaldo (Mogi Mirim), Kaká (São Paulo) e boa parte do time do Atlético-PR, que é um dos destaques do Campeonato Brasileiro. "Fizemos um trabalho de base no Atlético-PR, que revelou jogadores como Jadson e Fernandinho, e ainda levamos para lá o Washington e o Marinho (zagueiro). E o resultado vocês estão vendo agora." No Bahia, Vadão prevê sucesso no futuro para vários jogadores. "O goleiro Márcio passa por uma grande fase, a ponto de colocar o experiente e um dos líderes do grupo Emerson no banco", afirmou. "O zagueiro Leonardo é forte na marcação e sabe usar a técnica, enquanto o Neto (volante) sabe fazer tudo no meio-de-campo. Marca, sai jogando, cobre os laterais...é muito bom." O xodó do treinador parece ser o atacante Neto Potiguar. "É habilidoso e sabe fazer gols." O trabalho de Vadão, segundo ele próprio, é facilitado pela estrutura do clube baiano. "O Fazendão (Centro de Treinamento) não deve nada para os CTs dos grandes clubes de São Paulo", disse Vadão. O CT baiano possui três campos oficiais, refeitório, recintos distintos para profissionais e amadores. "Tive alguns convites para assumir clubes da Série A, mas, hoje, só penso em trazer o Bahia de volta à Série A." Resultado - Vadão sabe que seu trabalho só terá valor se a equipe obter uma das duas vagas para a Série A. "No futebol, o que vale é o resultado final. Muita gente boa perde oportunidades por não conseguir um título." Mas uma coisa ele já conquistou em Salvador: o amor da torcida. "Nunca tive uma relação igual. Aqui eles (os torcedores) vem e falam: ?Muito obrigado.? São pessoas que, muitas vezes, não têm dinheiro para comer, mas no domingo vão para a Fonte Nova." Outro diferencial do torcedor, segundo Vadão, está no comportamento da torcida do Bahia dentro e fora do estádio. "Você não vê violência. Eles se preocupam unicamente em apoiar o time, o tempo todo." E Vadão é grato por isto: "Eu vou sentir orgulho de poder dar alegria à torcida do Bahia." Aos gritos de "Ba-ê-a, Ba-ê-a" a Fonte Nova com 70 mil torcedores agradece e promete trazer o campeão brasileiro de 1988 de volta ao seu verdadeiro lugar.

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