O sotaque não engana. O gingado e o gosto pelo samba o entregam. O carioca Vagner Love, principal arma do Palmeiras para ganhar do Flamengo, domingo, no Palestra Itália, não esconde: era torcedor do Rubro-Negro quando menino, em Bangu. "Sou do Rio e, quando criança, torcia mesmo pelo Flamengo", revela. "Hoje sou profissional e torcedor do Palmeiras, clube que me revelou para o futebol brasileiro e mundial, que foi tudo para minha carreira", diz, firme. "Faço tudo por esse clube."
As juras de amor se comprovam ao aceitar, na hora, proposta palmeirense quando podia defender o Flamengo após deixar o CSKA, da Rússia. "Eles me procuraram, mas minha vontade, desde o início, era defender o Palmeiras, equipe onde tenho grande identificação."
Vagner é um dos quatro reforços que o técnico Muricy Ramalho terá para apagar a má impressão deixada na derrota por 3 a 0 para o Náutico. Suspenso, não atuou, assim como Edmílson. Diego Souza e Armero também são reforços, após defenderem as seleções brasileira e colombiana, respectivamente.
Com cinco pontos à frente do São Paulo, o Palmeiras aposta na força de sua torcida, domingo. A procura por ingressos para o jogo foi enorme e o estádio deve lotar.
PÉ NA FORMA
Para vencer os cariocas, contudo, o time terá de fazer gols e, nesse quesito, o ataque precisa melhorar. Ontem, Muricy dedicou o treino às finalizações. No fim das atividades, jogava a bola para o alto e o chute tinha de ser de primeira. Quem fazia o gol, podia ir para o banho.
Tarefa fácil para atacantes, correto? Não foi bem o que se viu. Os homens responsáveis por balançar as redes decepcionaram: Ortigoza, Obina, Vagner, Robert e Lenny foram os últimos a marcar. Lenny, na verdade, nem conseguiu. "Deu vexame", se divertiu Love. "Mas é o treino mais difícil, tem de posicionar o corpo, chutar certo. É complicado."