VAR do Paulistão poderá ficar em sala no estádio ou contêiner móvel

Primeira edição do estadual com uso do árbitro de vídeo começa neste sábado, com quatro partidas

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Por Renan Cacioli
4 min de leitura

O Campeonato Paulista de 2019, que começa neste sábado com quatro partidas, terá VAR. Só não se sabe ainda onde será instalada a estrutura do árbitro de vídeo, que entrará em ação apenas a partir das quartas de final. Serão dez jogos, portanto, com o uso do recurso eletrônico.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) estuda se os estádios dos times classificados para os mata-matas terão salas que abriguem as sete pessoas envolvidas na operação do VAR, a exemplo do que ocorreu na Copa do Brasil do ano passado, ou se elas ficarão alocadas em unidades móveis, como contêineres.

Árbitros da Série A-1 fizeram semana de preparação em Itu (SP) Foto: EPITÁCIO PESSOA/ ESTADÃO

Tudo vai depender das condições do estádio, o que só se saberá com o desenrolar do campeonato, dependendo do desempenho de cada participante.

"A gente tem na federação um departamento de infraestrutura que está ajudando a empresa que produz a tecnologia. Essa equipe vai aos estádios, avalia a condição, se é melhor a sala ou uma unidade móvel, um contêiner montado próximo do caminhão que vai transmitir as partidas", explica o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Ednilson Corona.

Segundo ele, a federação precisa informar à Fifa com 12 dias de antecedência da realização da partida que utilizará o VAR. É norma. A partir do momento em que a entidade máxima do futebol dá o seu aval, o árbitro de vídeo pode ser usado em qualquer outro jogo do campeonato em questão. Mesmo assim, é preciso avisar sobre toda partida que contará com o recurso, mas aí o prazo é de apenas seis horas antes do evento.

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Árbitros ainda não fizeram treinamento específico para atual edição

O treinamento para quem vai apitar os jogos ainda não focou a aplicação do VAR. Na última semana, os 16 árbitros e 24 assistentes escalados para a Série A-1 ficaram concentrados em Itu para aprimorar a parte física e estudar. Tiveram palestras teóricas e depois, em campo, aplicaram os conceitos. O árbitro de vídeo será tema de atividades posteriores. Alguns profissionais, como Luiz Flávio de Oliveira, pertencem ao quadro de elite da CBF e tiveram experiências com o VAR. 

"Com 20 anos de arbitragem, a gente passa por um momento como esse. Tem de aprender tudo de novo", brinca o juiz.

No fim das contas, o principal objetivo é evitar constrangimentos como o da final de 2018, que terminou com o Palmeiras acusando a arbitragem do jogo contra o Corinthians de apitar sob interferência externa.

DUAS PERGUNTAS PARA: Flávio Rodrigues de Souza, eleito o melhor árbitro do último Paulistão

Flávio Rodrigues de Souza posa com o apito na concentração em Itu (SP) Foto: EPITÁCIO PESSOA /ESTADÃO

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1. O que você já teve de experiência com o VAR e qual sua expectativa para o uso agora no Paulistão?

A gente já vem trabalhando com o VAR pela CBF. No ano passado, tivemos alguns treinamentos para protocolar os árbitros aptos a trabalhar, então, já houve esse contato. A expectativa para implementação no Paulista é muito boa. Antes das quartas de final, vamos nos reunir novamente para reforçar os conceitos.

2. Muda muito a dinâmica do jogo com o VAR, seja para quem está apitando no campo ou vendo pelo vídeo?

A dinâmica acaba mudando um pouco porque a gente sabe do uso do árbitro de vídeo. Existem algumas jogadas, como um impedimento, por exemplo, na qual a recomendação, caso haja dúvida se o atleta está ou não na mesma linha, é deixar a jogada seguir para depois o árbitro de vídeo concluir se foi legal ou não. Há a possibilidade do uso desse artifício durante a partida.