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Vasco atende interesse de dirigentes

Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI do Futebol comprovou, hoje, durante depoimento do vice-presidente de Finanças do Vasco da Gama, Mário Cupello, a conexão de interesses sustentada pelo clube, fora do campo, para atender a interesse de dirigentes e de seus familiares. Um desses esquemas é desenvolvido pela Latosports, pertencente ao filho de Cupello, Mário Ercolino, e por Arylino Figueiredo Filho, genro do diretor de futebol amador do Vasco, Darcy Peixoto. A empresa tem os direitos sobre 20% do que recebem ou vão receber futuramente todos os jogadores juvenis (até 18 anos) e os juniores (até 21), do goleiro Helton e do lateral-direito Maricá. A Latosports e a Brazilian Soccer estão instaladas no Edifício Central, em salas vizinhas, de propriedade de Mário Cupello. De acordo com o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), dois empregados do clube, Nilson Gonçalves e Aremithas Lima, que recebeu depósito de R$ 2,030 milhões da Vasco Licenciamento, trabalham na Brazilian Soccer. A comissão descobriu que Lima assina cheques por essa empresa. Outra conexão "vascaína" une o presidente do clube, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), e o diretor de Futebol Amador, Darcy Peixoto, no escritório de advocacia "Mello, Peixoto & Miranda". Nos próximos dias, a pedido de Althoff (PFL-SC), será quebrado o sigilo bancário e fiscal da Latosports. Mário Cupello se dispôs a abrir suas contas à CPI. No depoimento, ele chegou a transmitir a idéia de que é ineficiente no cargo e de que está desmemoriado para não colaborar com a investigação. Suas respostas variavam entre o "não sei", "não tomei conhecimento" e "eu me esqueci". A única afirmação categórica feita pelo vice-presidente do Vasco foi a de que os clubes de futebol não pagam a contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos atletas. "Daí, quando o jogador sai, é feito o acerto", explicou. Ele disse que é vice-presidente de Finanças há nove anos. Ainda assim, disse desconhecer todos os fatos que estão sendo investigados pela CPI. Geraldo Althoff citou, inutilmente, denúncias como as do cheque de US$ 110 mil endossado por Eurico, sobre os depósitos totalizando US$ 12,5 milhões feitos pela Vasco Licenciamento numa conta do Liberal Bank no paraíso fiscal de Nassau e sobre o valor do passes de jogadores. O vice-presidente alegou que não tem tempo para se dedicar ao Vasco e que só comparece à sede do clube às terças e quinta-feiras após as 18 horas, "para assinar cheques e analisar documentos". Já o presidente do Vasco, o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), disse à Agência Estado, por telefone, que "não vai mais perder tempo com esse senhor (o senador Geraldo Althoff) e seus assessores". Mostrando irritação, Eurico Miranda disse que "não compete à CPI ficar revirando os estatutos do Vasco. Os estatutos do Vasco só competem ao Vasco. Só competem aos associados", disse o parlamentar.

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