Publicidade

Vasco: ex-dirigente admite Caixa 2

O ex-conselheiro, Levi Lafetá, afirmou em depoimento à CPI do Futebol, no Senado, existir uma contabilidade paralela nas contas do clube.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois depoimentos marcaram nesta quarta-feira, a CPI do Futebol, no Senado Federal. Primeiro depôs o ex-conselheiro fiscal do Vasco da Gama, Hércules Santana, que teve mandato entre 1998 e 2000. Mas o principal depoimento foi do ex-conselheiro do Vasco, Levi Lafetá. Ele admitiu a existência de um "Caixa 2", no Vasco da Gama. "É por isso que eu nunca aprovei um balanço do clube", declarou Lafetá, para quem o atual presidente do Vasco, deputado federal Eurico Miranda, é a "vaca louca do Vasco da Gama". No depoimento de Santana, ele garantiu que apesar de haver solicitado ao presidente do clube, Eurico Miranda, a documentação do contrato entre o Vasco e a empresa Vasco da Gama Licenciamentos S/A (Vascolic S/A) nunca foi atendido. "Eu fiz reiteradas solicitações à diretoria administrativa mas não foi apresentado o contrato para que pudéssemos ver as vantagens e riscos do clube", declarou o ex- conselheiro. O dirigente também informou à comissão de que não tinha acesso a extratos bancários de conta corrente e aplicações financeiras, "muito menos documentos da liberação e aquisição de passe de jogadores". Hércules Santana disse que "quando esteve de posse de documentos do Vasco", não identificou a entrada do valor equivalente a US$ 8 milhões, provenientes da transação da venda de Edmundo para o Fiorentina, da Itália. Santana achou "estranho" o fato de o Vasco da Gama haver "recomprado" o passe do jogador por "valores próximos do dobro", disse. "Isso não dá para ser explicado de forma convincente por uma administração que se diz eficaz", completou Hércules Santana. Ele disse, na CPI do Futebol, que só tomou conhecimento da "embaixada" pela imprensa. Ao comentar os dois depoimentos desta terça-feira, o presidente da CPI do Futebol, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que "tudo não passa de uma amostragem da anarquia e irresponsabilidade da administração do futebol brasileiro". Segundo o presidente da comissão, a estrutura dos clubes está montada sob a "arquitetura da farsa, onde os conselhos são instrumento a serviço da mistificação e dão cobertura para atividades ilícitas contra a ordem tributária e o sistema financeiro, propiciando sonegação fiscal, apropriação indébita e lavagem de dinheiro".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.