
12 Agosto 2015 | 03h00
Para seguir critério lógico para a conversa, tome-se a ordem na classificação. O Corinthians puxa a lista bandeirante, na condição de vice-líder com 34 pontos, dois a menos do que o líder Atlético-MG. Tite e rapazes orgulham-se de ostentar a defesa menos vazada (10 gols em 17 jogos) e de terem reencontrado o equilíbrio.
Entenda-se com isso vencer ou empatar, em geral sem exibições de cair o queixo, tampouco de provocar vaias e descabelar os torcedores. É a toada “titeana” de muita posse de bola e ritmo cadenciado, autocontrole quando o adversário pressiona e eficiência nas oportunidades (nem sempre abundantes) de finalizar. Deu certo antes, voltou a produzir agora. Por que mudar?
O teste de hoje será com o Sport, surpreendente, valente e chato pra burro. O único representante do Nordeste na Série A tem só uma derrota, o que prova consistência da estratégia de Eduardo Baptista. Como contraponto, é o rei dos empates (nove) e completa com sete vitórias. Como um é cauteloso por vocação (Corinthians) e outro precavido ao sair de casa (Sport), uma coluna do meio não é nada fora de propósito. Sem contar que mantém ambos em destaque na tabela. Vitória do Leão? Possível, mas mais difícil.
O próximo é o São Paulo, que no domingo empatou o clássico com o Corinthians. Juan Carlos Osorio, em sua interminável inquietação, colocará Pato de volta (não jogou no fim de semana por cláusula contratual de empréstimo) na visita ao Figueirense. O time catarinense tem 20 pontos, o objetivo obsessivo é não cair e, para tanto, capricha como mandante: ganhou 15 pontos no Orlando Scarpelli, com 4 vitórias, 3 empates e uma derrota.
A tarefa tricolor consiste em quebrar a imagem de péssimo visitante, porque foram 5 derrotas, com um empate e duas vitórias (uma delas, por 4 a 0 no Vasco, no campo neutro do Mané Garrincha, em Brasília). O currículo ao se deslocar aparece como entrave maior para o São Paulo engrenar de vez na proposta, no mínimo, de ficar no G4 e cavar vaga para a Libertadores. Empate, no caso, não estaria fora de cogitação nem seria para lamentar.
Em seguida, há duas armadilhas por se tratar de duelos com equipes da zona de rebaixamento. O Palmeiras viaja para o Paraná para topar com o Coritiba, lanterna da competição e desesperado desde agora com a ameaça de novamente despencar para o purgatório da bola. Em circunstâncias normais, a sensatez indicaria cravar vitória palestrina. Mas não são normais.
Os verdes daqui escorregaram nas últimas duas rodadas, com derrotas no Allianz Parque (1 a 0 Atlético-PR) e em BH (2 a 1 Cruzeiro). Nessas ocasiões sobressaíram velhos defeitos de outros carnavais: instabilidade na desvantagem, desarrumação no sistema defensivo. A ausência de Gabriel, pilar do meio-campo, tem efeitos negativos esperados. Marcelo Oliveira deve, com urgência, achar a solução, porque os reflexos se espalham para o ataque.
Nova derrota compromete, apesar de não anular, o sonho da taça. Nem tanto pela distância da ponta - que pesa -, mas pelo impacto psicológico nos atletas. Empate? Talvez.
O Santos tem, em hipótese, tarefa menos árdua, porque recebe o Vasco na Vila Belmiro. Dorival Júnior conseguiu, em pouco tempo, dar uma ajeitada no caos anterior. A equipe está a dois passos de sair da crise. Não custa lembrar que trombar com rival nessa condição embute o risco de frustrar-se por autossuficiência. Complicado imaginar outro cenário se não o de vitória.
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