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Vitória da Azzurra, ou quando o talento decide

Amigos, o Mundial está divertido. Até agora, não houve jogo sonolento, insosso, morno, daqueles em que o torcedor se sente lesado. Só duelo bom, no mínimo pela emoção e pelas alternativas no placar. A prova mais fresquinha veio no meio da noite de ontem, com os 2 a 1 da Itália sobre a Inglaterra, em Manaus.

colunista convidado
Por Antero Greco
Atualização:

Falei em frescor? Ato falho ou licença poética. O clássico europeu foi pra lá de quente no meio da Amazônia. Se os súditos da rainha temiam os efeitos da temperatura e da umidade altas – e criaram muita polêmica desde o sorteio em dezembro passado –, levaram é calor dos italianos.

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A rapaziada de Cesare Prandelli ignorou fatores externos, mostrou autocontrole para suportar pressão e sobretudo teve eficiência para garantir resultado num grupo complicado. Em suma: a Squadra Azzurra provou que não veio ao Brasil a passeio. Nem poderia ser diferente para quem tem quatro taças no currículo.

A partida foi corrida, movimentada, com a Inglaterra firme na largada, envolvente no ataque. A Itália segurou a pressão, colocou a bola no chão, tocou pra cá e pra lá – olha a Espanha a fazer escola! – até encontrar brecha. E ela surgiu num contragolpe que contou com a participação decisiva de Pirlo: o "arquiteto" abriu as pernas, como Rivaldo na final de 2002, e Marchisio apareceu para mandar para o gol.

Os ingleses empataram, mas no segundo tempo Balotelli deu o ar da graça ao fazer o gol da vantagem definitiva. Depois, cansou e saiu. Eis o que distingue um time com lastro: ter jogadores que brilham quando preciso.

E a Costa Rica? O patinho feio na chave de campeões do mundo, lascou 3 a 1 no Uruguai. Será que deixará no caminho rivais badalados? Oba!

DIA DE MESSI

Quando era garoto se dizia "domingo pede cachimbo" e, além disso, dia de missa e macarronada. Para muitos, ainda é assim. Mas o que a reminiscência tem a ver com a crônica? Nada, só maneira de abrir espaço para trocadilho gaiato e afirmar que hoje é domingo e dia de Messi.

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Para quem curte futebol e está ligado no Mundial, se trata de oportunidade especial de ver em ação o jogador que conquistou os principais prêmios nos últimos anos e acumulou recordes, títulos e fãs. O craque do Barça e da Argentina se apresenta no Maracanã, palco adequado para o tamanho do talento dele.

Messi estreia em outra Copa cercado de expectativa, pressão e dúvidas. Pela idade, 26 anos (27, no dia 24), está no ponto da maturidade na carreira. Ao mesmo tempo, aumenta a cobrança, após o desempenho apagado em 2010, na África do Sul, e ficam interrogações em torno da condição física.

A Argentina depende de Messi, não se pode negar. Mas tem compensações com atletas versáteis, como Di Maria, Higuain e outros. Os vizinhos desembarcam como candidatos a levar a taça, ou no mínimo para fazer barulho. O desafio inicial é a Bósnia, franco-atiradora, com nada a perder. Eis o perigo...

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