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Washington, o símbolo que vai embora

Por Agencia Estado
Atualização:

Símbolo da superação que o Atlético Paranaense conseguiu em campo durante o campeonato, saindo de derrotas inexplicáveis para vitórias consagradoras, o artilheiro do campeonato, Washington, 34 gols, ainda não chegou a admitir, mas o jogo de deste domingo provavelmente foi o último com a camisa do Atlético. Não foi uma boa apresentação. Muito pelo contrário. Ele errou passes, mostrou um individualismo irritante, mas fez o que sabe: o gol que deu o empate ao time. Chorando muito ao final da partida, Washington apenas agradecia à torcida o carinho demonstrado durante o campeonato. Nas poucas palavras que soltou em campo, afirmou estar triste por não ter conseguido o título que almejava. "Mas não vamos tirar o brilho da campanha", pediu. Desde a entrada em campo, o atacante sentiu que seria uma tarde especial. Cercado pela maioria das crianças que aguardavam o time, ele teve dificuldades para chegar ao centro do gramado. Teve o nome gritado nas arquibancadas e repetiu muitas vezes o gesto de bater no coração, que o caracterizou nas comemorações de gol. Desde a chegada no Atlético no ano passado, vindo do Fenerbähçe, da Turquia, o artilheiro já identificou-se com a torcida, que se uniu para pedir sua recuperação. Afinal, havia sido detectado um problema em seu coração e ele já passara por uma cirurgia na Turquia. A amizade com o então técnico do Atlético Paranaense, Osvaldo Alvarez, o Vadão, e a estrutura do clube fez com que optasse por Curitiba, apesar de outras propostas. Em julho do ano passado fez nova angioplastia, sendo liberado no fim do ano para voltar aos gramados. E mostrou que não estava disposto a deixar o tempo passar mais sem que imprimisse sua marca. No Campeonato Paranaense, foi destaque, apesar de nem sempre entrar como titular, por opção do técnico Mário Sérgio e para protesto da torcida. No Brasileiro, voltou novamente a fazer da artilharia uma marca, como já tinha sido em outros clubes pelo qual passou e que lhe valeram inclusive sete convocações para a seleção brasileira em 2000. Registrou um novo recorde de gols em campeonatos brasileiros e acendeu os olhos de diretores de vários clubes, mas, ao que tudo indica o futuro será mesmo o Verdy Tokyo, do Japão.

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