Zagallo diz que não há vaga para Ronaldinho na seleção

'Na função de homem de meio-de-campo ele deixa a desejar', afirma o ex-treinador sobre o meia do Milan

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Por Rodrigo Viga Gaier
Atualização:

O técnico da seleção brasileira, Dunga, ganhou um aliado na discussão sobre se Ronaldinho Gaúcho deve ser convocado para a Copa do Mundo da África do Sul. O tetracampeão Mário Jorge Lobo Zagallo acredita que o treinador está certo em deixar o meia do Milan fora da seleção. Para Zagallo, o atleta nunca jogou pelo Brasil o que mostrava nos clubes por onde passou. "Ele é tecnicamente habilidoso, demonstrou sua capacidade no Barcelona, ganhou chuteira e bola de ouro. No momento do seu maior apogeu ele não teve [na seleção] a mesma atuação que teve no Barcelona", disse Zagallo nesta sexta-feira. "No Barcelona e no Milan ele joga mais pela esquerda. Na função de homem de meio-de-campo ele deixa a desejar. Dentro da seleção ele não demonstrou toda sua capacidade, infelizmente." A lista final da seleção para a Copa deve ser anunciada por Dunga no mês de maio. Ronaldinho, que jogou pela última vez pelo Brasil em abril do ano passado, voltou a ter boas apresentações pelo Milan este ano, aumentando as especulações sobre sua volta à seleção. Porém, ele ficou fora da lista de convocados para o amistoso contra a Irlanda, na próxima terça-feira, em Londres.

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Dunga demonstrou irritação com as perguntas sobre Ronaldinho neste mês e disse que "nesse momento ele não faz parte" dos planos. Ronaldinho disputou como titular a Copa de 2002, quando a equipe comandada pelo técnico Luiz Felipe Scolari sagrou-se campeã. Quatro anos depois, com Carlos Alberto Parreira à frente, ele também esteve no time que acabou eliminado nas quartas-de-final.

"Ele joga numa faixa de campo como ponta esquerda. Onde ele vai jogar na seleção brasileira? É difícil arrumar um espaço na seleção brasileira", destacou Zagallo, campeão mundial como jogador em 1958 e 1962, como técnico em 1970 e como auxiliar em 1994.

"Não quero prejudicar ninguém. O treinador tem que ter tranquilidade e jogo de cintura. O Felipão demonstrou isso com o Romário em 2002", completou ele, lembrando da pressão pela convocação de Romário há oito anos. 

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