Zagueiro troca Morumbi pelo Manchester

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Por Agencia Estado
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Carlos Eduardo de Castro Lourenço, o Rincón, sobra na turma. Com 1,85m e 76 quilos, o zagueiro domina todos os atacantes do time juvenil do São Paulo. É o grande destaque. Completa 18 anos em 31 de maio do ano que vem, e está pronto para estrear no time principal - do Manchester United e não do São Paulo. A transação foi efetuada em dezembro de 2002. "Estava na praia e pediram para eu vir a São Paulo porque o Manchester me queria. Achei que era trote, mas agora já estou acostumado com a idéia." Ele embarca quando completar os 18 anos. "Eu tenho ascendência portuguesa, mas ainda não consegui provar. O Manchester está cuidando disso, para não dar problemas como os do meu primo, que ficou com passaporte falso e teve de voltar", diz Rincón. O primo é Jorginho Paulista. O presidente Marcelo Portugal Gouvêa não conta quanto Rincón rendeu aos cofres do São Paulo. "Foi um valor fixo, e ainda há vários bônus que o São Paulo receberá, conforme o Rincón for se firmando. Se conseguir ser titular dentro de dois anos, por exemplo, ganhamos mais dinheiro." Rincón sonha muito mais alto do que isso. Quer defender o Brasil na Copa da Alemanha em 2006. "Se não der nessa, na outra eu vou", diz, com muita confiança. Ele recebe dois salários. Um do São Paulo (próximo de mil reais) e outro do Manchester. "É um pouco menos, mas não é bom contar." Rincón está se preparando intensamente para viver em um novo país. Tem aulas particulares de inglês duas vezes por semana. E jura estar bem adiantado. "Gosto muito de inglês. Estou no terceiro colegial e essa é a matéria em que me destaco." Rincón acompanha todos os jogos do Manchester. Está se acostumando a Silvestre, Ferdinand, Van Nistelrooy e outros. "É um time bom, e meu pensamento é ser titular o mais rápido possível." Antes disso, gostaria de disputar a Copa São Paulo de Juniores e fazer pelo menos uma partida pelo time profissional do São Paulo. "Seria ótimo, para que a torcida me conhecesse, mas não sei se será possível." O presidente Gouvêa acha difícil. "Para ele jogar, tem de sair o Rodrigo, Fabão ou Lugano. É pena um jogador novo assim deixar o Brasil, mas o negócio era bom e todo clube brasileiro vive da venda de jogadores para a Europa. Não há outra saída."

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