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Zidane desabafa e diz ignorar apoio dos críticos

O astro francês não se conforma com o tom das críticas feitas pela imprensa e por boa parte da torcida nos últimos anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Zinedine Zidane se despedirá do futebol no domingo e, claro, sonha com o título mundial para o gran finale. Seus últimos dias como jogador profissional não poderiam estar sendo mais felizes, mais emocionantes. Tem jogado bem, feito gols e liderado a equipe. Mas não se diz plenamente satisfeito. Às vésperas da decisão contra a Itália, decidiu desabafar e atacar, de forma sutil, todos os que criticaram a seleção, desde torcedores até jornalistas. O astro francês não se conformou com o tom das críticas feitas pela imprensa e por boa parte da torcida nos últimos anos. Acha que exageraram, apesar de o time não ter brilhado desde a conquista da Eurocopa, em 2000. Longe disso. A equipe foi muito mal e só se reabilitou agora. Zidane, um tanto aborrecido, evita as entrevistas na Alemanha. Mesmo após o jogo com o Brasil, em que foi eleito o melhor em campo, não quis dar declarações. Foi o único, em toda a competição, a se recusar a falar depois da conquista do prêmio de destaque de uma partida, dado pela Fifa. O desabafo do meia de 34 anos foi feito nesta quinta-feira, ao site da Federação Francesa de Futebol, por meio do qual deixou claro não se importar com a torcida daqueles que vaiaram sua seleção. ?Seria magnífico conquistar o título, não só para nós, para os 23 jogadores, mas para todos os dirigentes, para todas as pessoas que nos apoiaram?, declarou o atleta, antes de cutucar os antigos críticos. ?Falo dos que nos apoiaram desde o início, não dos que foram se unindo a nós no meio do caminho.? A seleção de seu país só passou a receber apoio depois da vitória sobre a Espanha por 3 a 1, pelas oitavas-de-final da Copa. Antes, a desconfiança era grande. Em 2002, na Ásia, a França foi eliminada na primeira fase do Mundial, sem ter feito nenhum gol. Nas Eliminatórias, viveu fase turbulenta, apesar da classificação. E, agora, na Alemanha, começou mal. Empatou com as limitadas equipes de Suíça e Coréia e teve dificuldade para derrotar Togo e assegurar a classificação. Nas etapas seguintes, cresceu bastante e, depois do triunfo sobre a Espanha, eliminou Brasil e Portugal. As reclamações dos torcedores e da imprensa eram constantes. Ninguém acreditava no time, considerado ?velho demais? por muita gente. Barthez, Vieira, Makelele, Zidane e Thurram - meio time - têm mais de 30 anos. Mas eles, com exceção do fraco Barthez, provaram sua eficiência e desmentiram os prognósticos. A relação problemática com a torcida e a mídia não é novidade na seleção. Em 1998, ano do primeiro título mundial, a situação foi parecida. Aimé Jacquet, técnico na ocasião, brigou com os veículos de comunicação e repudiou o comportamento ?negativista? dos torcedores. As críticas ajudaram a fortalecer a união do elenco, aposta Zidane. Mesmo não tendo tantos jogadores de alto nível como o fracassado Brasil, por exemplo, a França se superou e mostrou competência nos momentos mais importantes da disputa. "Demos nossa palavra, vamos morrer juntos e temos feito isto, chegamos até aqui porque todos realizamos grande esforço?, ressaltou Zizou. ?Seria fantástico alcançar o título mais uma vez, e somos 23 para conseguir isso.?

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